PF cometeu crime ao monitorar, sem ordem judicial, o filho menor do governador do Acre; Saiba mais

Toda a investigação ao núcleo familiar do governador Gladson Cameli (PP) pode ser anulada. Isto por que a Polícia Federal monitorou, sem autorização judicial, o filho do governador, Guilherme, de apenas 6 anos, para obter provas do envolvimento do garoto e da família Cameli em irregularidades até aqui não estão comprovadas. A Polícia Federal se submeteu a um dos maiores vexames de sua história ao usar dados pessoais da criança para tentar chegar ao pai e à mãe dele, a primeira – dama Ana Paula Cameli.

A informação é da Revista Veja.

Veja abaixo a íntegra da reportagem:

Está nas mãos da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nancy Andrighi um pedido de suspensão das investigações contra o governador do Acre, Gladson Cameli, na Operação Ptolomeu, que apura suposta corrupção no governo estadual.

A coluna conseguiu  acesso à petição da defesa de Cameli, no processo que corre em sigilo.

O pedido tem como base o uso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para investigar a família do governador sem o consentimento do tribunal.

Além do governador, foram monitorados a sua esposa e até seu filho de apenas seis anos de idade, que não fazem parte do rol de investigados, diz a defesa.

Para os advogados do governador, “a requisição de RIFs ao COAF sobre a esposa do governador, o filho do governador e sobre as empresas das quais Gladson Cameli é sócio, viola, por via oblíqua, o juiz …

natural da causa, no caso, esse Superior Tribunal de Justiça, que teve sua competência dolosamente usurpada em investigação de governador de Estado que, de forma notadamente ilegal, tramitou perante a Justiça Federal no Acre. Após o surgimento de prefeitos na investigação, o caso migrou para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em razão de foro privilegiado.

No âmbito do TRF-1, outras medidas cautelares foram autorizadas. Em maio de 2020, a PF pediu a quebra de sigilo telefônico dos investigados. Em uma dessas conversas interceptadas com o aval da Justiça surgiu uma citação ao “governador” (à época, Gladson Cameli).

Uma das possibilidades,  diante da descoberta da investigação não autorizada pela Justiça, é que o STJ declare a nulidade de todo o relatório que envolva o núcleo familiar do governador, além do trancamento do inquérito e a revogação das medidas cautelares impostas contra o político.

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