Índios são recrutados por facções para vigiar escoamento de drogas no Rio Tarauacá, previu cacique

O conflito armado entre jovens indígenas kaxinawa e Huni kuin, no último final de semana no interior do Acre, comprovou às autoridades locais o que o cacique Ninoá Huni kuin já vem alertando sobre a ramificação de facções criminosas dentro das aldeias acreanas.

Segundo o líder indígena, o Comando Vermelho e o PCC estariam recrutando os índios mais jovens para servirem como guardiões do escoamento de entorpecentes pelos rios daquela região da Amazônia brasileira e colocando aldeias inteiras em guerra entre si.

“A exemplo do que eu já falei em outras ocasiões, vou voltar a dizer para as nossas autoridades que o problema da infiltração das facções rivais dentro de nossas aldeias se tornou uma coisa séria que pode levar nossos jovens a dizimar uns aos outros, acabando com o futuro de nossas gerações”, declarou o cacique Huni Kuin.

Segundo o delegado da Policia Civil do município de Tarauacá, a 420km de Rio Branco, Valdinei Soares, que esteve em diligencia nas aldeias Caucho, Camandaré e Transual, no oeste do estado do Acre, nos limites fronteiriços do Brasil com o Peru, o conflito armado ocorrido no último final de semana entre as duas etnias que habitam aquela região se deu, justamente, por desavença entre índios de etnias diferentes faccionados em organizações criminosas rivais.

“O indígena José Ordoni, que segundo informações é membro do PCC, teria sido pressionado a migrar para o Comando Vermelho e ao resistir foi ameaçado de morte. Ele teria reunido seu bando e ido até a aldeia vizinha de domínio do comando vermelho e feito vários disparos de arma de fogo contra as casas dos lideres da organização criminosa rival e depois fugido, desencadeando uma reação de seus inimigos que resultou no incêndio de quatro casas e o sequestro da mãe de José Ordoni e de outras pessoas para pressionar ele a se entregar aos inimigos”, relatou o delegado.

Depois de três dias de operação policial na região, as forças de segurança conseguiram resgatar, no último domingo, as 18 pessoas que haviam sido sequestradas e prender 4 faccionados, restabelecendo a sensação de tranquilidade na região.

Mas, segundo o cacique Ninoá Huni Kuin, que nesta terça-feira (19/04), Dia do Índio, se encontrava no Canadá discutindo a problemática com organizações internacionais, só a operação policial não será suficiente para trazer a paz de volta às aldeias da bacia do rIo Tarauacá.

“Entendemos que nesse primeiro momento a ofensiva policial foi fundamental para frear a situação de conflito armado entre os próprios índios. Mas precisamos que o serviço de inteligência da polícia vá às aldeias e identifique os membros de facções e retirem todos eles do nosso meio”. Ressaltou o cacique.

Segundo o próprio serviço de inteligência da policia acreana, o rio Tarauacá, onde estão localizadas as aldeias Camandaré, Caucho e Transual, é uma das rotas aquáticas usadas por facções criminosas para entrarem no Brasil com carregamentos de droga proveniente do Peru,

A região possuir diversas trilhas por debaixo da floresta ligando o leito do rio ao país vizinho e devido a expansão territorial a fiscalização se torna ineficiente naquela região do país.

O recrutamento dos indignas por parte do Comando Vermelho e PCC tem como estratégia a demarcação de domínio da rota para o narcotráfico e o uso de “mão de obra” barata para o trabalho de escolta da droga que descem o rio até o porto da cidade de Tarauacá.

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