O fato aconteceu 28 anos atrás, mas somente agora o principal envolvido no caso, o repórter cinematográfico Ubiratan Moreira, decidiu quebrar o silêncio de quase três décadas e relatar, com exclusividade no Podcast O Seringal (LINK AQUI) o que de fato aconteceu envolvendo sua pessoa e um Boeing 737-800 na pista do aeroporto da cidade de Cruzeiro do Sul, no Interior do Acre.
Ao ser entrevistado pelos jornalistas Assem Neto e Jotha Guimarães, na última quarta-feira (11) o cinegrafista revelou que se manteve calado todo esse tempo a pedido das próprias autoridades da INFRAERO que lhe permitiram adentrar na pista de pouso para fazer imagens de um Boeing decolando e acabou sendo atropelado pelo gigante de 30 mil quilos.
“Eles falaram para mim que se aquela historia saísse dali, todos seriam demitidos, e com certeza isso aconteceria, inclusive o próprio piloto que também havia concordado com minha presença no meio da pista para fazer as imagens. Por isso, nunca falei do assunto publicamente com ninguém, e somente agora, 28 anos depois foi que resolvi quebrar o silêncio e relatar tudo a vocês”, disse o jornalista.
Segundo o cinegrafista, o plano de trabalho dele era fazer uma imagem de frente do avião decolando e por isso se posicionou em certo ponto da pista, conforme orientação do piloto e consentimento do representante da INFRAERO.
No entanto, devido ao excesso de peso o Boeing acabou não decolando no ponto previsto e avançou por mais uns cem metros sobre a posição em que se encontra o cinegrafista.
O trem de pouso lateral do avião ainda chegou a bater em Ubiratam Moreira lhe arremessando fora do trajeto da pista.
O avião teria apresentado instabilidade após o impacto, mas logo o piloto, cujo nome o cinegrafista não sabe informar, conseguiu controlar a situação e manter firme o procedimento de decolagem alcançando altura para prosseguir com destino à Rio Branco.
Ubiratam Moreira afirma permanecem acamado por mais de 30 dias, mas não teve fraturas no corpo.
O caso ocorreu em 1994, quando ele trabalhava para uma produtora da capital acreana contratada para fazer a propaganda eleitoral áudio/visual do então prefeito da cidade de Cruzeiro do Sul , Orleir Cameli, que era candidato ao governo do estado.
Na ânsia de abafar o caso, o representante da INFRAERO teria se recusado a chamar uma ambulância, mas permitiu que um taxista, seu amigo, entrasse na pista para resgatar o cinegrafista e o levasse para atendimento médico sob orientação de não relatar o que havia acontecido.