Familiocracia oligárquica: um modelo vergonhoso que transforma a política em ambiente mais hostil e sem muito compromisso com o bem comum. Eles possuem sobrenomes já conhecidos pela população de cada estado, como é o caso dos Neves em Minas Gerais, Calheiros em Alagoas, Sarney no Maranhão e Campos em Pernambuco.
O Acre, onde alguns nem sabem direito porque serão candidatos, tem o maior número de parentes de político com mandato querendo seguir carreira no poder.
O Seringal enumera alguns dos principais projetos de poder familiares que estarão nas urnas este ano por aqui. Veja;
Família Rocha
Werles Rocha foi deputado federal, virou vice -governador e cometeu suicídio político ao tentar tomar o poder no tapetão do governador Gladson Cameli – PP. A irmã Mara Rocha, a mais votada na última eleição, se perdeu no mandato, quase não acha um partido para se filiar, mas foi abraçada pelo MDB, e disputará o governo quase sem chances. O irmão Werles tentará se eleger a estadual ou federal. Na eleição passada sequer conseguiram eleger o irmão Pang Rocha a vereador de Rio Branco.
Família Viana
Jorge Viana é um ex-tudo: foi prefeito de Rio Branco, governador duas vezes e senador. O irmão Tião Viana foi senador, governador por duas vezes e deixou o Acre como um dos piores da história. Os dois recebem uma pensão de ex-governadores e ex-senadores. Jorge tenta voltar á cena este ano, disputando o Senado.
Família Sales
Aqui é uma verdadeira Oligarquia Política na região do Juruá. Vagner Sales foi deputado estadual por 5 mandatos e prefeito de Cruzeiro por dois. Está impedido legalmente de disputar mandato eletivo, condenado por improbidade. A esposa Antônia Sales é deputada estadual no terceiro mandato. A filha é deputada federal no segundo mandato e o filho Fagner perdeu a última eleição para prefeito de Cruzeiro. Achando pouco o poder, os MDBistas vão além este ano. Mesmo inelegível, Vagner opera o plano da família, que lançará Antônia Sales estadual, Fagner federal e Jéssica senadora. Isso é abuso ou está bom pra você?
Família Bittar
Comandada pelo senador Márcio Bittar (União Brasil), essa é uma família que cheira polêmicas, mas é um clã influente na política local. Márcio já foi deputado federal pela esquerda, hoje é metido a conservador de direita, teve um segundo mandato de deputado federal, disputou eleições para governo e perdeu algumas, mas é senador da República e quer impor a esposa como candidata a senadora, fazendo acordo com Deus e o mundo. Os Bittar tentaram colocar o filho João Paulo como vereador de Rio Branco, mas foram derrotados de forma vergonhosa. Por falar nisso, essa é uma das famílias mais antipatizada da nossa política.
Família Cordeiro
Essa teve o grande patrono político saído cedo de cena, o deputado federal da época Ildefonso Cordeiro, que faleceu em acidente aéreo. Os filhos tentaram capitanear o legado do pai, mas não conseguiram muita coisa. A filha Ilmara Cordeiro já disputou duas eleições e perdeu, o filho Irlândio perdeu para vereador em Cruzeiro do Sul e o único que obteve sucesso foi Ilderlei Cordeiro, deputado federal por um mandato. Depois, prefeito de Cruzeiro do Sul. Ilderlei foi cassado no último ano de mandato, ficou inelegível, mas colocou a discreta esposa Keyliane Cordeiro como candidata a deputada federal pelo Republicanos. A moça é desconhecida na política, mas assusta com tanta estrutura e grana que aparenta trazer para disputa.
Família Bestene
Essa tem 30 anos de relações com poder, se estendendo pelos mandatos dos petistas Tião e Jorge e agora volta com Gladson Cameli. José Bestene está no quarto mandato de deputado estadual, foi secretário de saúde, diretor do DEAS (agora Saneacre), disputou a prefeitura da capital e agora é deputado pelo PP. Na última eleição o filho Samir Bestene foi o segundo mais votado para vereador de Rio Branco. E querem mais. O sobrinho Alysson Bestene, que no início do mandato de Gladson foi o homem de maior confiança no governo e dirigia a secretaria de saúde, perdeu-se na inabilidade e se tornou uma decepção para o Palácio Rio Branco. Acuado e sem rumo, Alysson não montou grupo político algum, mas vai disputar uma vaga de deputado federal. O tio vai novamente disputar uma cadeira na ALEAC.
Família Milani
Liderados pela deputada federal Vanda Milani – PROS -, essa família teve Hildebrando Pascoal deputado estadual e federal. O filho dele, Hildegard, é vereador. Sem condições de disputar um cargo maior como ela queria na chapa de Gladson Cameli, Vanda debandou para o palanque de Sérgio Petecão, onde tentará se viabilizar como candidata a senadora na chapa do PSD. Mas não pensem que a vaga dela de federal ficará para um apoiador fazer a disputa, pois ela irá lançar o filho Israel Milani à câmara federal.
Família Serafim
Essa aqui tem menos tempo no ramo, mas também chegou querendo tudo para dentro de casa. O cabeça é o prefeito Mazinho Serafim, que está no segundo mandato de prefeito de Sena Madureira. Elegeu a esposa Meire deputada estadual. Mazinho estava certo de renunciar o cargo de prefeito e disputar uma cadeira de federal, mas recuou. Arrogante e se achando um xerife da cidade, Mazinho costuma querer enfrentar adversário no tapa e no grito, atitudes típicas de coronel de barranco.
Esses são alguns dos mais emblemáticos casos dessa política familiar e que vem deixando o eleitor cansado e desacreditado da boa política, mas a tendência é piorar, pois são famílias milionárias e o povo, cada vez mais pobre, vai se sujeitando às relações de assistencialismo.
Quem sabe a grande maioria dessa turma pegue uma balsa, como se diz no caso de derrota.
Só assim as coisas poderiam ir se modelando para oportunizar gente que não tenha como senha o seu próprio sobrenome – diga-se poderosos da nossa economia local.