Os dez policiais penais do Acre enviados ao Estado do Ceará para concluírem o estagio de formação Operacional de Intervenção Prisional foram desligados do curso por indisciplina e incapacidade técnica, no início da semana passada.
Porém, até o final da tarde desta segunda-feira (27) eles permaneciam em Fortaleza, por conta própria, correndo na praia, exibindo armamento ao ar livre, recebendo os salários normalmente e gerando despesas de estadia para o governo acreano.
O grupamento é o que sobrou do contingente de 22 policias penais inscritos para o curso que teve início em 5 de Abril. Houve desgastes ao Iapen as criticas da própria categoria de que os instrutores não tinham formação na área para ministrarem as aulas.
O Seringal publicou no dia 20 de abril os valores que seriam gastos pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN), algo entorno de R$ 627 mil, com um curso que, das 55 vagas disponíveis, menos da metade haviam sido preenchidas.
Na tentativa de qualificar a grade curricular do curso, a direção do IAPEN decidiu, no inicio deste mês, enviar os alunos remanescentes para uma instrução de manuseio de tonfa (cassetetes) com um especialista cearense.
Mas, duas semanas depois, quatro alunos foram desligados do treinamento por incapacidade técnica, e a alegação de que eles não absolveram os ensinamentos.
O restante do grupo ameaçou desistir das instruções se os colegas não fossem aprovados também e os instrutores decidiram por reprovar a todos por insubordinação e desistência.
Uma fonte da secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará disse ao O Seringal que os dez policias penais do Acre permanecem em Fortaleza por conta própria após o desligamento do curso e os custo da estadia continuam sendo mantidos pelo IAPEN acreano.
“Nos não temos mais responsabilidade nenhuma com eles. O que sabemos é que o grupo decidiu ficar aqui por conta própria e todos os dias realizam corridinha na praia até completar a quantidade de dias que deveriam permanecer no curso, talvez na esperança de quando chegarem ai sejam diplomados indevidamente como se estivessem completado o treinamento”, disse a fonte.
Uma foto postada nas redes sócias, no último final de semana, pelos próprios policias penais, mostra eles posando com a bandeira do Acre na orla da capital cearense e exibindo fuzis ao ar livre.
Na imagem não aparece nenhuma pessoa diferente, além dos próprios acreanos, que possa ser considerada instrutor responsável pela presença deles naquele local público portando armamento pesado.
O Seringal tentou diversos contatos, mas sem sucesso, com a direção do IAPEN, mas sem sucesso.
Não conseguimos também confirmação se os fuzis que aparecem na fotografia postada pelos policias penais foram entregues pelo IAPEN para eles levarem para participarem das instruções sobre manuseio de cassetete no Ceará.
A secretaria de Segurança Publica do Acre receberá um relatório do Governo do Ceará detalhando o caso.
A reportagem aguarda a manifestação do secretário Paulo César, que será publicada tão logo seja enviada à redação.