Quem conhece pessoalmente o ex-secretário de comunicação do Acre na era petista e assessor especial de Tião Viana (PT), jornalista Leonildo Rosas, sabe que somente uma determinação superior muito forte vinda dos irmãos Viana seria capaz de unir ele ao vice Governador acreano Wherles Rocha (União Brasil).
Do lado de cá, seria imaginável acreditar que o vingativo Wherles Rocha, autor da denúncia crime que resultou na prisão do ex-presidente Lula (PT) e que já chegou a apanhar, publicamente, de militantes petistas durante manifestações populares na região do alto acre, um dia iria sentar na mesma mesa com um petista tão irascível, maculado pelo ódio com que escreve e fala.
Isso até ontem, porque nesta quinta-feira (30/06) começou a circular nas redes sociais um vídeo no qual Wherles Rocha concede entrevista para Leonildo Rosas.
O petista, que antes vivia se queixando das ações judiciais movidas por Rocha contra sua pessoa, desta vez, bem ao seu estilo serviçal de ser, faz questão de demonstrar preocupação com o estado de saúde do “inimigo”. Veja Vídeo abaixo:
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Uma fonte próxima de Leonildo Rosas disse ao O Seringal que ele teria recebido determinação superior, sem citar nomes, para cessar os ataques a Wherles Rocha e somar força com ele na ofensiva contra o governador Gladson Cameli.
Cameli, aliás, após se declarar candidato à reeleição passou a ser adversário em comum do grupo político de Wherles Rocha e do pessoal para quem o jornalista Leonildo Rosas se submete a ser capacho.
É fácil de entender as razões maiores dessa trégua entre os dois, embora que temporária. Basta lembrar que o PT apóia a candidatura de Gernilson Leite (PSB) a governador e tudo indica que ele é hoje o nome com maiores possibilidades de levar para um segundo turno a eleição contra Gladson Cameli (PP), conforme apontam as pesquisas de intenções de votos.
Se isso acontecer, é provável que o MDB apóie Genilson Leite porque em Brasília o partido sempre teve boa relação com o PSB e o PT. Normalmente é de lá que vem as determinações sobre futuras alianças políticas aqui no Acre.
Por outro lado, se a candidata do MDB, Mara Rocha, irmã de Wherles Rocha, for a preferida do eleitorado para uma disputa em segundo turno com Gladson Cameli, todos apoiariam ela, inclusive o PT.
Jamais os irmãos Tião e Jorge Viana caminhariam com Gladson Cameli ele tendo em sua coligação partidos da base aliada do presidente Jair Bolsonaro, como é o caso do União Brasil, PL e Republicanos do deputado federal Alan Rick, professora Márcia Bittar e do senador Márcio Bittar.
Acima dessa eventual aliança secreta aqui no Acre, ainda existe o interesse de poder em Brasília através da pessoa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tem articulado o apoio do MDB em um possível segundo turno contra Bolsonaro se a candidata emdebista Simone Tebet não chegar ao segundo turno, como indicam as pesquisas de intenções de voto hoje.
Basta lembrar que no cenário nacional PT e MDB sempre se deram muito bem e aqui no Acre nunca foi diferente, embora que em algumas situações eles tenham ficado em palanques opostos, mas sempre deixaram claro o respeito de um para com o outro dentro dos limites de disputas autorizadas pelas grandes lideranças nacionais de Brasília, como deve ocorrer, novamente este ano, no primeiro turno das eleições para governo do Estado. Depois, por debaixo dos panos, todos se juntam e vão contra o governador Gladson Cameli.