O diretório do PL no Acre recebeu ordens superiores para rifar os candidatos da legenda que não pedem votos para o presidente Jair Bolsonaro.
Uma publicação de O Globo confirma que o partido do presidente vai “fechar a torneira” do fundo eleitoral para os candidatos que escondem o nome dele em suas campanhas.
Porém, no Acre, o todo poderoso senador Márcio Bittar não teve a capacidade de construir uma chapa de candidatos a federal. Restaram apenas os postulantes a estadual, que estão amarrados na obrigação de pedir votos para Bolsonaro. Nenhum deles tem direito ao fundo eleitoral.
Pela lei, o partido não pode investir em estaduais se não tem federais. Ou seja, mesmo sem chapa de federal os candidatos a estaduais devem apoiar os majoritários do partido, no caso a coligação que tem Mara Rocha (MDB) como candidata a governadora e Márcia Bittar (candidata ao Senado), além do próprio Bolsonaro no cenário nacional.
O recado da Executiva Nacional atinge os candidatos a deputados estaduais Zé Lopes (empresário multimilionário amazonense), o coronel Batista (ex-comandante do Corpo de Bombeiros) e o ex chefe da Delegacia do Ministério da Agricultura no Acre, Luziel carvalho.
A incompetência do PL no Acre, presidido pelo irmão de Márcia Bittar, rifou a candidatura a federal da empresária Charlene Carvalho, que de última hora decidiu não concorrer a nenhum cargo, passando a apoiar o médico Eduardo Velloso. O próprio Zé Lopes tinha pretensões de disputar também a Câmara Federal, mas rebaixou a candidatura (para a Aleac), devido à dissolução completa da chapa proporcional.
Valdemar Costa Neto, presidente da legenda, baixou uma ordem para todos os diretórios da sigla condicionando o acesso ao fundão.
Um levantamento feito pelo jornal carioca com 14 das principais candidaturas do PL aos governos estaduais e ao Senado mostra que, no Facebook, os perfis de cinco candidatos citaram Bolsonaro em menos de 10% das suas publicações nos últimos três meses.
“Entre os que tentam se eleger governador pelo PL, Cláudio Castro, no Rio, e Ronaldo Dimas, no Tocantins, são os que mais evitam explorar a imagem de Bolsonaro”, diz O Globo.