Tragédia com pacientes do TFD: o relato dramático dos sobreviventes e a revolta de familiares, que desmentem diretor de hospital

Neste sábado completaram 10 dias da tragédia. A van transportava pacientes do TFD de Xapurí, no interior do Acre, para procedimento médico na capital Rio Branco, e bateu de frente com um caminhão na altura do quilometro 181 da BR-317, matando 5 pessoas e deixando outras 11 feriadas.

Nenhuma autoridade de trânsito informou, oficialmente, aos familiares das vitimas, o que de fato aconteceu naquela manhã para resultar na colisão frontal dos veículos em um trecho de pista reta sem presença de buracos ou outros fatores que pudessem ter contribuído para o acidente.

A direção do hospital de Xapuri, que seria o responsável pelo envio dos pacientes, também se calou. Os familiares querem saber a procedência da van, que segundo escreveu nas redes sociais o enfermeiro Josimar dos Santos, diretor daquela unidade de saúde, pertence a uma empresa particular.

No entanto, ele não entrou em detalhes se a tal “empresa” particular seria uma prestadora de serviços contratada pelo SUS ou entidade não governamental que realize serviços voluntários de transporte de pacientes para o hospital Epaminondas Jacome em Xapuri.

Relatos de sobreviventes da tragédia dão conta de que o carro estaria com superlotação e a imprensa local chegou a divulgar que o motorista, que é servidor lotado no Estado, não estaria habilitado para conduzir aquele modelo de veiculo, e muito menos transportar passageiros.

As 5 vítimas fatais do acidente, Joana de Souza da Silva, Maria Francinete Barbosa de Souza, Leonor Leite de Souza, Maria de Nazaré Cordeiro da Silva e Valdeíde Alves da Silva eram todas parentes de duas famílias bastante conhecidas na cidade de Xapuri.

Os familiares acusam o diretor do hospital Epaminondas Jacome de ter mentido ao escrever em uma rede social que a empresa, suposta proprietária da van envolvida no acidente, teria arcado com as despejas de funeral e dado assistência às famílias enlutadas.

“Os corpos chegaram nus, aqui na cidade de Senador Guimard, onde a gente aguardava para iniciar o cortejo até Xapuri. Nos tivemos que fazer uma vaquinha, de ultima hora, para pagar a funerária e mandar vesti-los”, relatou o primo de uma das vitimas que preferiu não ter o nome citado na reportagem.

O Seringal conversou, também, com um dos sobreviventes, que relatou os detalhes dos minutos que antecederam o acidente e o quadro de pânico psicológico que lhe atormenta após a tragédia.

“Desde que eu recebi alta do pronto socorro ai em Rio Branco, eu não consigo dormir, Toda vez que fecho olhos eu vejo aquelas pessoas mortas em meio aos destroços da van. Não consigo esquecer, por um só segundo, a cena de uma criança de aproximadamente uns 8 a 10 anos, toda ensanguentada, aos gritos, em cima de mim, implorando por ajuda logo após sentir a chacoalhada da van ao bater no outro carro”, lembra a senhora de 46 anos que também não quis ter o nome citado na reportagem.

Todos os sobreviventes com os quais a reportagem conversou alegam que estão psicologicamente abaladas com as lembranças das cenas de terror vividas por elas. Todas, e mais os parentes que acompanham o drama de cada uma delas, alegam que não estão recebendo acompanhamento psicológico do poder público e se queixam da falta de assistência após o trauma da tragédia.

Seu Dico Bozão, que perdeu uma filha, a nora e enteada no acidente, diz que o que mais maltrata nesse momento é a falta de informação sobre o que de fato aconteceu que culminou na tragédia.

“Já passaram 10 dias e ninguém sabe, ao certo, o que causou o acidente que enlutou minha família. Prefiro não acreditar, nesse primeiro momento, que a dor da perca que hoje sinto no peito não tenha sido causada pela imprudência de algum irresponsável com a vida alheia. Alguém que até agora, sequer tivemos o direito de saber quem é”, disse o aposentado.

Em entrevista recente, o delegado Gustavo Neves, responsável pela investigação do caso, declarou já ter interrogado cinco pessoas, entre elas o motorista do caminhão que teria colocado a culpa no condutor da van alegado que ele teria cruzado a faixa divisória da pista e avançado pela contramão.

Ao ser liberado do hospital, dois dia após o acidente, o motorista da van contrariou o condutor do caminhão.

O delegado aguarda a conclusão do laudo da policia técnica sobre o acidente, previsto para ser emitido em 20 dias, para dar continuidade ao inquérito e apontar o responsável pela tragédia.

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