Brasília, 7 de dezembro de 2000. No plenário da Câmara, deputados aprovam a criação do Fundo de Combate à Pobreza, com cerca de R$ 2,3 bilhões (valor da época) para ações de saneamento e programas de transferência de renda, como o então Bolsa Escola, precursor do Bolsa Família, rebatizado ano passado de Auxílio Brasil. Ao microfone, o então deputado Jair Bolsonaro diz ter orgulho de ter sido o único a votar contra a proposta, que, segundo ele, vai aumentar a miséria no país ao incentivar que pobres tenham mais filhos com o objetivo de receber o benefício do governo federal.
“Estamos, na verdade, estimulando a classe pobre para que cada vez tenha mais filhos, principalmente agora que eles estão sabendo que grande parte ou a totalidade desse dinheiro deverá ser empregado no Programa Bolsa-Escola. Ou seja, eu quero ser reprodutor. Quanto mais filhos tiver, mais salário mínimo vou ganhar”, afirmou. Essa foi apenas uma das vezes em que Bolsonaro criticou, no plenário da Câmara, a adoção de políticas sociais de combate à pobreza e à fome. “O Bolsa Família nada mais é do que um projeto para tirar dinheiro de quem produz e dá-lo a quem se acomoda, para que use seu título de eleitor e mantenha quem está no poder”, discursou o então deputado em 9 de fevereiro de 2011.