Na reta final da disputa eleitoral na qual Jair Bolsonaro está estagnado nas pesquisas eleitorais, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, do Progressistas do Paraná, evitar falar em derrota do presidente nas urnas. Mas seu discurso começa a apresentar contornos de realismo.
“Quem é bolsonarista acha que a eleição está num clima bom. E de fato está um clima muito bom. Mas nós temos pessoas que estão insatisfeitas. A comida está cara e elas tendem naturalmente a mudar o governo. ‘Não está bom para mim, então, quero mudar’… Esse é o raciocínio imediato das pessoas. Temos que ter um pouco de paciência agora. Estamos em um momento econômico muito bom, mas estamos dentro de uma crise, e a crise afeta as pessoas”, disse o deputado à coluna.
Um dos principais caciques do Centrão, o conjunto de partidos fisiológicos que se alinham sempre a quem está no comando do governo, independentemente de ideologia ou coloração partidária, Barros assumiu a liderança do governo ainda em agosto de 2020, quando Bolsonaro se alinhou a siglas como o próprio Progressistas e o Partido Liberal para evitar o risco de impeachment.
Embora venha acompanhada de ressalvas em favor de Bolsonaro, a declaração do parlamentar ilustra bem a postura atual do Centrão: diante da perspectiva trazida pelas pesquisas de intenção de voto, várias lideranças do grupo já começam a piscar para o PT e para Lula.