Em desvantagem nas pesquisas eleitorais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu ao filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador no Rio, e assessores da chamada ala ideológica do governo para uma mudança de estratégia na reta final da sua campanha. O grupo que atua nas redes sociais do presidente e ficou conhecido como “gabinete do ódio” pela virulência contra opositores deixou suas digitais no debate da TV Globo, na quinta-feira, quando o candidato à reeleição adotou um tom agressivo ao atacar adversários, em especial o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O movimento coincide com o afastamento de caciques do Centrão que apoiam a reeleição de Bolsonaro, como o presidente do PL, Valdermar Costa Neto, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).
Foi sob orientação do time de Carlos que Bolsonaro iniciou o confronto televisivo em sua versão mais radical e chamando Lula para a briga. Na primeira oportunidade, tratou o petista de “ex-presidiário” e “mentiroso”. Ao longo do período eleitoral, integrantes da campanha apelaram a Bolsonaro para que tentasse mostrar uma versão mais moderada e “paizão” para conquistar eleitores de fora da sua bolha, além de mulheres. Logo após o debate, ainda na madrugada de ontem, o coordenador da campanha, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), escreveu de forma irônica sobre análises da participação do presidente: “O Carluxismo venceu”.