Auxiliares de Jair Bolsonaro avaliam que a ação armada de Roberto Jefferson contra policiais federais, neste domingo (23/10), é ”péssima” para a campanha à reeleição do atual presidente da República.
A avaliação é de que o episódio pode indispor Bolsonaro, que tem Jefferson como aliado, com uma das principais bases eleitorais do presidente: os integrantes da Polícia Federal e de outras polícias.
“Resistir à prisão e dar tiro numa situação dessas é totalmente errado. Há outros meios de lidar com abusos e arbitrariedades da Justiça”, avaliou à coluna um influente auxiliar presidencial.
“Isso é péssimo. Corremos para condenar”, acrescentou outro aliado de Bolsonaro, em referência ao tuíte que o presidente postou logo após o episódio, repudiando a ação de Roberto Jefferson.
Atualização
Em nota oficial à imprensa, a Polícia Federal (PF) confirmou que o ex-deputado ainda não foi preso. A PF também disse que o efetivo foi reforçado para que seja cumprida a determinação judicial.
Roberto Jefferson recebeu os agentes com granadas e um fuzil. Segundo informações de policiais federais ouvidos pelo Congresso em Foco, o delegado Marcelo Vilella teria sido atingido na perna. E a policial Karina Lino Miranda de Oliveira também perna e por estilhaços de granada na cabeça. Os dois foram atendidos em um hospital e tiveram alta.
Jefferson utilizou as câmeras do circuito interno de segurança da casa para monitorar a movimentação dos agentes e filmou as imagens sendo transmitidas na TV. “Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los”, afirmou o ex-deputado.
Após atirar na viatura dos agentes, Jefferson mostrou o carro com o para brisas estilhaçado e afirmou que “o pau cantou”. “Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego”, afirmou.
“Só saio daqui morto. Chega, cansei de ser humilhado. O Alexandre de Moraes mandou a polícia aqui duas vezes revistar”, disse o ex-deputado e aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
efferson, que usa tornozeleira eletrônica, estava em prisão domiciliar acusado de integrar milícias digitais e por atos antidemocráticos. Na semana passada, o ex-deputado proferiu uma série de ofensas a ministra do Supremo tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia após o voto da magistrada na ação contra a emissora Jovem Pan.
“Eu estou indignado. Não consigo. Fui rever o voto da Bruxa de Blair, da Carmem Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan, olhei de novo, não dá para acreditar”, afirmou Jefferson. A prisão de Roberto Jefferson foi um pedido do ministro do STF Alexandre de Moraes após Jefferson desrespeitar as medidas cautelares que foram impostas ao ter a prisão domiciliar concedida.
Em seu perfil no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro, que disputa a reeleição, confirmou a ação armada do seu aliado no Rio de Janeiro. Bolsonaro diz lamentar o episódio e determinou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, vá ao Rio acompanhar os desdobramentos do caso.