Durante entrevista ao UOL News, a diretora do Instituto Datafolha Luciana Chong falou a distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), retratada pela pesquisa divulgada ontem. Ela avaliou, ainda, a declaração do petista de que “acha impossível Bolsonaro tirar a diferença em uma semana”.
“A primeira pesquisa apontava Lula com 49% e ele se manteve com esse percentual nas duas pesquisas seguintes [do segundo turno]. Bolsonaro teve 44% nas primeiras duas pesquisas e nessa 46%”, disse Luciana, ao reforçar que a oscilação de Bolsonaro mostra um quadro de estabilidade. “A gente não pode dizer que houve uma queda ou algum movimento importante nas intenções de voto, por enquanto”, completou a diretora do Instituto.
Questionada pelo colunista Kennedy Alencar sobre a possibilidade de uma virada, Luciana disse que, apesar de os postulantes terem 10 dias de campanha para o segundo turno, agendado para ocorrer no próximo dia 30 de outubro, “nunca houve uma mudança” em relação ao resultado do primeiro turno. “Sempre o primeiro colocado no primeiro turno seguiu assim e venceu a eleição, mas, como eu disse, essa é uma eleição diferente.
Nós também nunca tivemos um presidente e um ex-presidente disputando a eleição”, ressaltou. “Os dois tiveram uma diferença de 5 pontos percentuais no primeiro turno e essa é a menor diferença que a gente vê em relação aos outros segundos turnos que já tivemos no Brasil”, acrescentou Luciana.
Em meio a uma análise sobre o avanço de Bolsonaro na região Sudeste, o colunista Kennedy Alencar teceu críticas ao PSDB, ao qual avaliou como uma “força auxiliar do bolsonarismo” em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. Para ele, o apoio de Rodrigo Garcia (PSDB) a Jair Bolsonaro (PL) “desonra” o partido. “Um partido com a história do PSDB virar uma força auxiliar do bolsonarismo em São Paulo, porque o Rodrigo Garcia, apesar de ‘neotucano’, é filiado ao PSDB.,
“Um partido com a história do PSDB virar uma força auxiliar do bolsonarismo em São Paulo, porque o Rodrigo Garcia, apesar de ‘neotucano’, é filiado ao PSDB, desonra a história do partido e diminui o PSDB. O PSDB teve o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no comando do país durante dois mandatos importantes para o Brasil.[…] O partido acabar a reboque de um candidato a ditador. Uma figura tão abjeta, nefasta e preconceituosa como o Bolsonaro, desonra e diminui a história do PSDB, sendo um partido que, a meu ver, merecia mais respeito”, avaliou. Para Kennedy, a justificativa de o tucano ter se aproximado do presidente é a “esperança” de “ganhar uma vaga em algum ministério”.