A volta que o mundo da política costuma fazer é algo surpreendente.
O senador acreano Márcio Bittar (UB) é uma dessas peças que experimentou o poder e influência do governo de Jair Bolsonaro (PL) e passará a ser um discreto parlamentar no governo de Lula (PT), a partir de janeiro de 2023. Foi escolhido para ser o relator do orçamento geral da união em 2021 e se transformou em uma figura influente nos corredores de Brasília, inclusive tinha acesso livre ao Palácio do Planalto e seus ministérios. Usou esse prestígio para comandar vários partidos no Acre, forçou uma candidatura da esposa para senadora e a dele mesmo ao governo. Vexame duplo nas urnas.
Passada a eleição e com a derrota de Bolsonaro, Bittar passará a ser um senador sem influência nos ministérios do futuro governo. Seu perfil Bolsonarista raiz o levará ao isolamento político e sem trânsito dentro do futuro governo. Certamente Márcio Bittar terá muitas dificuldades para pensar em reeleição de senador em 2026. Se desgastou muito e foi tido como traidor do grupo que o elegeu em 2018. Conta também a falta de espaço no novo governo de Gladson Cameli (PP), onde Bittar teve dezenas de indicações na esfera estadual e isso conta muito para fortalecimento político.