Evangélicos bolsonaristas que viajaram a Brasília para participar do ato antidemocrático do dia 8 de janeiro relataram, em depoimentos prestados à Polícia Federal, que igrejas de diversos estados do país bancaram ônibus e organizaram caravanas para o evento. O UOL obteve e analisou, durante a última semana, cerca de 1.000 depoimentos sigilosos prestados à Polícia Federal por extremistas presos no acampamento antidemocrático no quartel-general do Exército, logo após o 8 de janeiro.
A documentação inédita está sendo analisada pela PF para o aprofundamento das investigações sobre os financiadores e organizadores dos atos antidemocráticos Como havia uma grande quantidade de pessoas a serem ouvidas, os termos de depoimento são curtos e pouco se aprofundam sobre os temas, mas são usados como ponto de partida para as apurações Relator das investigações, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi quem determinou as prisões dos participantes do acampamento no quartel-general do Exército, logo após os atos do 8 de janeiro. Os depoimentos também estão em seu gabinete A informação sobre o financiamento por igrejas evangélicas foi citada aos investigadores por pelo menos cinco pessoas, que foram presas pela PF no acampamento montado no quartel-general do Exército. A coluna teve acesso com exclusividade a depoimentos prestados à PF pelos alvos presos. Outros relataram também a participação de empresários no financiamento e até mesmo o recebimento de doações para que viajassem a Brasília para participar do ato antidemocrático.
do dia 8 de janeiro relataram, em depoimentos prestados à Polícia Federal, que igrejas de diversos estados do país bancaram ônibus e organizaram caravanas para o evento. O UOL obteve e analisou, durante a última semana, cerca de 1.000 depoimentos sigilosos prestados à Polícia Federal por extremistas presos no acampamento antidemocrático no quartel-general do Exército, logo após o 8 de janeiro.
Os depoentes, entretanto, evitaram fornecer detalhes sobre esses financiadores. Moradora de Sinop (MT), Sirlei Siqueira afirmou à PF que viajou em uma “excursão da Igreja Presbiteriana Renovada”, mas não deu detalhes sobre o financiador. Também morador de Sinop, Jamil Vanderlino afirmou ter viajado em um “ônibus financiado por igreja evangélica”. Questionado sobre os detalhes, ele se recusou a responder às perguntas da Polícia Federal. “Fará uso de seu direito de permanecer calado”, registra o documento. Procurada, a Igreja Presbiteriana Renovada de Sinop disse que os pastores não participaram do ato do dia 8 de janeiro e afirmou desconhecer quem teria organizado a excursão.
Do UOL