Golpe das criptos: justiça bloqueia malote de R$ 2 bilhões de empresa do Acre para ressarcir ex-Palmeiras

Gustavo Scarpa conseguiu na Justiça o bloqueio do malote em que a Xland diz ter 20kg em pedras de alexandrita. O meia tenta recuperar os mais de R$ 6 milhões investidos em criptomoedas a partir desta empresa, apresentada por Willian, seu ex-companheiro no Palmeiras. Nesta terça, Bigode também conseguiu o bloqueio das joias. O caso foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo. A Xland tem sede em Rio Branco (AC) e seus sócios são alvos de investigação na Polícia Federal.

As pedras foram apresentadas pela empresa como a garantia para que o jogador fizesse a aplicação. De acordo com Gabriel Nascimento, um dos donos da Xland, os 20kg valeriam R$ 2,1 bilhões, mas a nota fiscal da compra das alexandritas é de apenas R$ 6 mil. Ele apresentou um laudo técnico para justificar a disparidade nos valores.

Documento no qual a Xland diz que as pedras de alexandrita valem US$ 500 milhões — Foto: Reprodução

Na decisão anunciada pela 10ª vara cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Scarpa tentava o bloqueio de R$ 5,36 milhões, mas só foram encontrados R$ 674,89 nas contas da Xland.

A partir disso, decidiu-se pelo bloqueio do malote que pesa 20,8 kg e está lacrado em uma caixa de segurança em São Paulo.

Nota fiscal da compra das alexandritas. Avaliadas em mais de R$ 2 bilhões, pedras custaram R$ 6 mil — Foto: Reprodução

Gustavo Scarpa pelo Nottingham Forest — Foto: Manuel Queimadelos/Quality Sport Images/Getty Images

Na decisão tomada pela Justiça é citado que diante da segurança necessária para o transporte deste tipo de produto “não há como se efetuar a busca e apreensão dos bens depositados”.

Gustavo Scarpa é um dos envolvidos no golpe milionário que a Xland é acusada de aplicar. Mayke, lateral-direito do Palmeiras, investiu R$ 4 milhões também por indicação de Willian e entrou com um processo assim como o meia para recuperar a quantia.

Por Renato Cury e Thiago Ferri — G1 São Paulo