Teria mentido o prefeito Tião Bocalom quando assumiu em janeiro de 2021, e disse:
“Haja o que houver eu jamais irei ceder às pressões políticas e jamais irei trocar cargos por apoio político”. Teria dito isso ainda deslumbrado com a eleição?
O gestor tem se ausentado da capital nos momentos mais nervosos de seu governo. Foi assim quando o Rio Acre avançava sobre 50 bairros e começava a desabrigar milhares de cidadãos, num cenário que caminhava para a calamidade. Ele estava em Manaus sob o pretexto de encontrar o então presidente em exercício Geraldo Alckmin.
E está sendo assim na vergonhosa votação, na calada da noite desta terça-feira, quando vereadores aprovaram seus salários e o salário do próprio prefeito, criaram mais 77 cargos comissionados e majoraram a verba de gabinete deles em 32%.
O chefe da Casa Civil, Valtin José, sabia que o projeto, de autoria do legislativo, estava na pauta e foi redigido com objetivo de chantagem. Ou seja, a intenção é abrir vagas que serão preenchidas pelos amigos dos vereadores. É a prefeitura como reduto eleitoral, por que a campanha já começou.
A Casa Civil e a assessoria política do prefeito calaram, concordaram, mas não escaparam da execração pública nas redes sociais. Internautas chamam de “canalhice” o que houve ontem à noite, numa sessão obscura, convocada para o horário em que os cidadãos estavam dormindo. Ou como uma verdadeira farra dos vereadores, como pontua o jornalista Altino Machado em sua rede social nesta manhã.
Bocalom tem a obrigação de vetar esta imoralidade, ainda que a câmara derrube o veto e a sancione por decreto legislativo.
Mesmo que a contenda vá parar nos tribunais….
Insistir, sem trégua para a chantagem do parlamento, é reconquistar a popularidade que ele, Bocalom, tinha ao ser eleito em 2020.
O prefeito, que agora habita mansão suntuosa na Chácara Ipê, precisa se manter honroso perante seus eleitores.
Sua suposta popularidade, aferida em pesquisa questionável, dias atrás, precisa ser atestada legitimamente.
Ou adeus reeleição !!!