Entidade avalia que, independente do tipo e versão da vacina ofertada, pessoas idosas devem ser imunizadas para diminuir riscos e mortalidade
A campanha de vacinação contra o vírus Influenza (causador da gripe), organizada pelo Ministério da Saúde, já está em andamento. Antecipado em alguns estados, o cronograma de imunização oficial começou na última segunda-feira (10/4) e vai até o dia 31 de maio. Pessoas com 60 anos de idade ou mais compõem o público alvo das ações, assim como crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, indígenas, trabalhadores da saúde, professores, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis ou com deficiência permanente, entre outros.
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) alerta que entre 70% e 90% das mortes por Influenza sazonal ocorrem com pessoas idosas. “Por isso, devemos estar atentos à vacinação da população idosa que, além de correr risco com a própria Influenza, pode sofrer com as complicações advindas da doença”, alerta Dr. Daniel Christiano de Albuquerque Gomes, membro da Comissão de Imunização da SBGG.
Segundo o especialista, o público em idade avançada deve ser vacinado com a dose única nesta campanha de abril, mas deve tomar uma segunda dose no caso de circulação do vírus em outro período: “Devemos considerar duas doses no mesmo ano para pessoas idosas em caso de circulação do vírus fora de época e se a cepa viral circulante tiver sido contemplada pela vacina atualmente disponível”.
Sobre a eficácia da vacina, Dr. Daniel afirma: “Em 8 ensaios clínicos, com cinco mil idosos, a vacina reduziu a incidência de Influenza de 6% para 2.4%”. Já sobre a possibilidade de a pessoa ser vacinada e ainda assim contrair algum tipo de infecção, o médico esclarece: “Infecções após a vacina devem ser interpretadas como eventos coincidentes (infecções por outros vírus) ou mesmo por Influenza, porém, por cepas não contempladas na vacina”.
Apesar de haver diferentes tipos de vacina: trivalente, tetravalente e, este ano, ter chegado ao Brasil uma nova vacina, a intitulada High Dose, que possui uma carga de antígenos (componente ativo da vacina) quatro vezes maior que as vacinas convencionais, a orientação é que a pessoa idosa seja vacinada independente do tipo de imunizante ofertado.
“A gente recomenda essa vacina – Hight Dose – para o público mais debilitado, pacientes idosos imunossuprimidos, porque ela tem uma eficácia muito maior. Se o idoso puder arcar com os custos dessa versão, é melhor. No entanto, o governo continua tendo a vacina trivalente e, em algumas clínicas, a tetravalente, o que vale da mesma maneira. O importante é que a pessoa idosa não fique sem se vacinar”, finaliza Dr. Daniel Christiano de Albuquerque Gomes, membro da Comissão de Imunização da SBGG.
O Ministério da Saúde estima que o público-alvo da campanha corresponda a mais de 81 milhões de pessoas. A meta do órgão comandado por Nísia Trindade é vacinar, pelo menos, 90% de cada um dos grupos elegíveis nesse primeiro momento.