Nesta quarta-feira, recursos do governador Gladson Cameli e de 25 empresas que tiveram suas atividades suspensas no Acre devem ser julgados no Superior Tribunal de Justiça. Cameli, dentre outros pedidos, tenta a restituição de seus bens, e o direito de voltar a se comunicar com seu pai. Os advogados do governador levaram à ministra Nancy Andrigh representação em que acusam a Polícia Federal de burlar a competência da Justiça Eleitoral.
A defesa de Gladson quer a anulação das investigações ou a transferência delas para a Justiça Eleitoral, informou o colunista Lauro Jardim (O Globo).
O STJ analisará o impacto negativo à economia acreana com a suspensão das atividades de 25 empresas investigadas. os advogados das empresas alegam haver demissões, queda no faturamento, insolvência financeira entre as consequências irreversíveis, o que atinge centenas de famílias neste momento.
R$ 120 milhões em nome dos envolvidos estão bloqueados.
Ainda não se sabe se no bojo dos recursos a defesa pedirá a devolução do passaporte do governador e a volta dos gestores públicos afastados de seus cargos, entre eles o chefe da Representação do Governo em Brasília, Ricardo Augusto França da Silva.
Cameli contesta o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando vinte comunicações de movimentações financeiras suspeitas envolvendo o governador do Acre. Nele, há investigação considerada ilegal contra o filho de 6 anos do governador.
Ao pedir autorização do STJ para fazer buscas contra o governador, a Polícia Federal chegou a levantar suspeitas sobre o uso de agentes das Forças de Segurança para movimentar valores em espécie com origem supostamente irregular. Já entre as informações que deram fundamento para a segunda fase da operação está uma gravação feita por câmeras de segurança de um hotel em Cruzeiro do Sul, município a 636 quilômetros de Rio Branco. O vídeo mostra o momento em que assessores de Camelli escondem um celular para evitar que ele fosse apreendido durante buscas da primeira fase da Ptolomeu, informou o Estadão.
O outro lado
“Essa é mais uma etapa da operação de mesmo nome. Com o andamento do processo, o governador confia que tudo será apurado e esclarecido; b. Mais uma vez, o governador se coloca à disposição das autoridades, colaborando com mais essa etapa das investigações; O governador reafirma o seu apoio e confiança na Justiça, para que a verdade sempre prevaleça”, disse em nota a defesa do governador.