A terceirizada Red Pontes, empresa do grupo familiar do deputado estadual Afonso Fernandes, deve ser acusada por estelionato e falsidade ideológica no Ministério Público.
Uma representante da empresa instigou trabalhadores a assinar uma quitação de verbas rescisórias com a promessa de que depositaria as indenizações, logo após a empresa perder a licitação para continuar fazendo a limpeza de hospitais públicos.
E os prestadores de serviços desligados no início do ano assinaram, acreditando na boa fé da empresa.
Foram enganados.
Esse documento deveria ser entregue à Secretaria de Saúde, que contratou a terceirizada, como prova de que a Red Pontes estava falando a verdade (ouça abaixo).
Ou seja, a idoneidade da empresa estava abalada e o governo exigiu provas de idoneidade, em razão de outras denúncias de calote que vieram a público na virada do ano e a partir de janeiro (veja mais abaixo).
Francisca da Silva Pinheiro diz que vai ao Ministério Público do Trabalho (ouça abaixo) com todas as provas que possui em mãos.
A terceirizada Audineide Magalhães diz que assinou o documento por acreditar na boa fé da empresa. “Todo dia eu olho a minha conta. Esse dinheiro não cai. Fomos trapaceados”, relata. A trabalhadora diz que 37 pessoas estão no prejuízo somente em Sena Madureira. Todos assinaram o termo de encerramento do contrato, mas três não aceitaram assinar a tal quitação de indenização.
Somente em Sena Madureira são 37 prestadores de serviços (pais de família) que faziam a limpeza das unidades hospitalares. Eles confirmam a promessa da empresa em indenizar a todos. Porém, a Red Pontes, ao reunir com os trabalhadores, não deu data para depositar o dinheiro, alegando que precisaria de um documento assinado por eles.
O representante legal da empresa recusou todas as chamadas. Por mensagens via Whatsapp, ele deixou de conversar com a rerportagem quando souber do que se tratava. A última tentativa de ouví-lo foi às 13:20.