A abordagem em ambiente público a um cidadão, na cidade de Senador Guiomard, neste final de semana, gravada por um internauta, mostra o quão despreparados são alguns militares.
No Acre, a abusiva atitude do primeiro sargento Wellington viraliza e revolta a rede social. O militar foi promovido há cerca de 20 dias e, de cara, incorpora notas lamentáveis em sua ficha de agente da lei.
“Mão na cabeça, meu irmão. Ninguém é palhaço aqui não, caralho”, grita o policial, que “viu” uma “arma branca” nas vestimentas do suspeito, o empresário Sandro Paiva Araújo.
Paiva é o dono da conveniência que funciona num posto de combustíveis da cidade. Ouça abaixo o relato dele.
“Se quiser dar uma de doido nós vamos conduzir ele já, por porte de arma branca”, insiste o militar.
A gravação não mostra qualquer desobediência ou reação violenta do rapaz que foi abordado.
Alguém repreende o sargento, que mesmo à distância viu um “canivete” na roupa do empresário.
“Não é arma branca não, tem menos de 10 centímetros”, repreendeu.
O chefe da guarnição mantém voz alterada. Seu desequilíbrio chama atenção dos clientes, que já não consumiam bebida alcóolica e a loja havia encerrado o expediente.
“Mão pra trás. Algema. Bora”, continua ele.
O suspeito permanece em silêncio e tenta se defender em voz baixa:
“Eu não lhe chamei de palhaço”.
Mais adiante, na mesma ocorrência, o militar dá ordem ao internauta para apagar a gravação. Ele ameaça apreender o celular “como prova”.
“Apaga na minha frente agora, vagabundo”, disse ele ao assustado funcionário da conveniência.
Fora do vídeo, o sargento apreendeu até o aparelho do empresário, que estava guardado no carro.
A gravação vazou, e o militar será denunciado por abuso, na Corregedoria Geral da PM.
O curso de formação não ensina isso.
A obrigação do “agente da lei” é entregar o suspeito na delegacia.
Mas jamais agir como juiz.
O sargento é bastante criticado por internautas na rede social do jornalista William França, que publicou o caso em primeira mão.
O coronel Luciano, comandante da PM, não quis antecipar opiniões, “mas tudo que gera dúvidas deve ser apurado”, disse ele há pouco.