O poeta Mauro Modesto morreu nesta madrugada enquanto dormia, em seu apartamento, em Rio Branco. Ele estava sozinho. O corpo foi encontrado por familiares. Boêmio, não aparentava sofrer de problemas cardíacos.
Modesto, aos 80 anos, foi homenageado em julho de 2021 pela Prefeitura de Rio Branco como criador e fundador da Fundação de Cultura Elias Mansour, da qual foi o primeiro presidente.
Era natural de Sena Madureira e irmão de Ulisses Modesto, advogado e ex-prefeito daquela cidade, falecido em maio deste ano.
A biografia abaixo é de autoria do jornalista Tião maia, publicada no site contilnet:
Mauro Modesto foi estudar no Rio de Janeiro (e, posteriormente, em Minas Gerais), ocasião em que vivenciou novos horizontes e, de imediato, juntou-se aos poetas, motivo para belos encontros, formando aí, as rodas poéticas na cidade que fervilhava política e culturalmente. Aos 16 anos, começou a escrever seus primeiros versos.
Era formado pela Universidade Federal do Acre (Ufac), em Ciências Econômicas, profissão que4 nunca exerceu.. Preferiu ser radialista, jornalista e poeta. Como jornalista, por 16 anos exerceu a profissão na Assessoria de Comunicação Social do Gabinete do Governador do Estado. “É por meio da poesia que exprimo minhas emoções, com narrações sobre o prazer, o deleite”, diz o poeta, que fala também de abandono, “sobretudo nas madrugadas frias”. Mauro costuma dizer a poesia é som em movimento, “é
suspiro de amor e sentimento, é saudade, nota predominante em sua temática”.
Um talento reconhecido inclusive também por outros talentosos grandiosos, como é o caso do filósofo, jornalista e escritor Antonio Stélio, acreano atualmente vivendo em Natal, no Rio Grande do Norte. Sobre Mauro, ele escreveu: “Mauro Modesto, depois que fixou residência, definitivamente, no Acre, como filho pródigo, organizou concursos de poesias, escreveu colunas em jornais, falou de poesia em tempos difíceis e se tornou um soldado da literatura acreana”.
Com o mesmo reconhecimento, a doutora e comendadora Nilza Pinheiro de Athayde Lieh, presidente da Academia Brasileira de Meio Ambiente, prefaciando Modesto, em 2010, ressaltou que “a cultura acreana tem na figura do poeta Mauro Modesto um dos seus maiores incentivadores, contribuindo, de maneira decisiva, na divulgação do Estado e da poesia acreana pelo Brasil afora, defendendo e honrando as causas da Amazônia, da educação, os valores do Brasil e o patrimônio histórico e cultural do Acre”.
Por seu ativismo cultural, Mauro Modesto é considerado o Príncipe dos Poetas Acreanos, título concedido pela Casa do Poeta Acreano, cujo presidente, à época, era o poeta, professor e jornalista Elzo Rodrigues da Silva, de saudosa memória. No bojo da difusão da cultura, publicou e lançou doze livros: “Desencontro”, em 1983, lançado em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Branco e Sena Madureira. “Por quê?” veio em 1985, lançado no Rio de Janeiro, Rio Branco e Sena Madureira. Em seguida, produziu “Toda Saudade Tem Um Nome”, de 1990, lançado no Rio de Janeiro, Rio Branco, Sena Madureira, Ibiraçu e Vitória – ES.
Em 1998, veio “Respingo de Paixão e de Saudade”, lançado agora também em Recife e Olinda – PE. Em 2000, nasce “Pedaços de Amor e de Saudade”, lançado agora também na cidade de Mariana-MG. “Neblina de Saudade” surge em 2004. “Do outro lado do monte” surge em 2010. “Saudades Ocultas na Linha do Horizonte” surge em 201” e “Saudades tuas, saudades minhas é 2013.
“‘Confidências – poesia a quatro mãos” foi lançado em 20125 em parceria com sua esposa, Edir Figueira Marques – 2015 – lançado nas cidades do Rio de Janeiro, Rio Branco, Brasiléia e Sena Madureira. “Uma vida… infinitas saudades” é 2017.
Além de escrever e publicar suas obras, Mauro Modesto é conferencista e memorialista, mas é na poesia que encanta. Acredita que a poesia refina a sensibilidade, serve de ponte para a compreensão do Eu e do Mundo, é linguagem imprescindível entre o indivíduo e a vida, contribuindo para o conhecimento de si e o respeito pelo outro. Para ele, poesia é a emoção que transcende o tempo e o espaço.
Tendo esta percepção e considerando que as escolas são celeiros de grandes talentos para difundir o valor da literatura, planta, até hoje, suas sementes na rede escolar, criando espaço no qual os adolescentes tem aproximação com a poesia.