Sem diálogo com servidores da educação, secretária de Bocalom manda ofício pressionando diretores de escolas

Depois de um grande movimento feito por trabalhadores de poio da rede municipal de ensino de Rio Branco, que estão em greve para cobrar valorização por parte da gestão Tião Bocalom (PP), a secretária de Educação, Nabiha Bestene, manda circular para todos os diretores municipais. O documento não é para negociar, mas sim para botar pressão e intimidar o movimento grevista. Bocalom vem sendo criticando pela intransigência com a categoria, que resolveu radicalizar e tentar encontrar um caminho para terem suas pautas atendidas.

Os servidores de apoio estão pedindo a equiparação de salários com os professores da rede municipal de ensino, o que daria um reajuste de 14,95%.

“Não há autorização legal para que atividades não presenciais sejam contabilizadas para o cumprimento de horas/aula e dias letivos. Portanto, não há amparo, em nenhuma hipótese, para a suspensão total ou parcial das atividades escolares. E, caso a escola resolva suspender atividades escolares, implicará na necessidade de reposição de horas/aula e/ou dias letivos. As unidades educativas que estão desenvolvendo atividades com os alunos e crianças em apenas 50% da carga horária diária prevista na legislação, deverão repor as horas/aulas não trabalhadas. Dessa forma, a cada dois dias que as unidades só desenvolvem 2 (duas) horas/aula de atividades, e liberam os alunos e crianças em seguida, implicará na reposição de 01 (um) dia letivo. Para as creches em tempo integral, a suspensão das atividades implicará na reposição integral”, diz o documento assinado por Nabiha Bestene.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), fez uma paralisação na manhã desta quarta-feira e uma grande passeata nesta quinta-feira dia 20 em frente à sede da prefeitura de Rio Branco. para o pessoal de apoio. Estamos reivindicando o piso igual ao dos professores, além do vale alimentação de R$ 300 ou R$ 400. Queremos que o prefeito negocie com a categoria, que também deve ser valorizada, assim como os educadores”, disse a servidora Kelly Haluen.

O diretor jurídico do Sinteac, Ronilton Honorato, frisou que o reajuste do trabalhador tem que ser anual. “Em 2023, a prefeitura ainda não negociou com a categoria, portanto a greve é legal. Estamos pedindo esse percentual para merendeiras, cuidador especial, vigias e serventes. A legalidade da greve se dá porque a Constituição Federal ampara os trabalhadores”, concluiu.