Vert mostra no Acre como está revolucionando a produção de tênis

O calor estava grande naquele 25 de abril, quando recebi o convite da Vert para conhecer o ciclo da borracha no Acre, de onde vem grande parte da matéria prima usada pela marca em seus tênis. Dei três olhadas para o ventilador, quase como um prenúncio do suadouro que seria dentro da floresta, respondi sim, claro, e segui ansioso até o dia 2 de agosto, data do embarque só com uma mala de mão. Congonhas para Brasília. Brasília para Rio Branco. Durmo em Rio Branco. 6 da manhã acordo, três horas de van Acre adentro só com uma mochila nas mãos para quatro dias, saio da estrada e mais meia hora de van por dentro da floresta a 20 km/h. Desço da van, vou de uma margem do rio para a outra de barco, subo uma rampa de uns 50 metros de areia e chego no centro nervoso da estrutura do extrativismo das seringueiras, um galpão recém reformado onde acontece as reuniões das famílias com as cooperativas, as festas e único local com internet da região. Cansado? Sim. Feliz? Muito. Tudo isso para uma constatação definitiva. Por tudo que a marca faz e pela revolução que acontece lá, se Chico Mendes estivesse vivo, hoje ele calçaria Vert.

Látex sendo tirado da seringueira nativa
Látex sendo tirado da seringueira nativa Foto: Talys Kasper/Estadão

Desta forma começa a produção dos tênis da Veja no Brasil, usando matéria-prima brasileira desde sempre. Por problemas de registro, a Veja teve que se chamar Vert no Brasil (que é veja em francês), mas isso já muda no ano que vem, quando será Veja globalmente. Mas, independentemente do nome, o que chama atenção para a Vert é que na guerra ideológica entre capitalismo e socialismo, a marca escolheu a virtude do caminho do meio. Vende os tênis com alto valor agregado e ticket médio graúdo para quem pode pagar e bonifica as famílias produtoras de borracha, por exemplo, bem acima da média do mercado.

O mercado paga atualmente R$ 3 o quilo do CVP, o cernambi virgem prensado de borracha. A Vert paga a mais R$ 0,50 por qualidade e R$ 10,50 pelo adicional de pagamento por serviços socioambientais, o que dá um valor de R$ 14 o quilo. Este adicional é pago para as famílias que não desmatarem suas terras além do permitido por lei para abrir caminho para o gado ou soja. Tal iniciativa, além de garantir a produção do látex vindo de seringueiras nativas, ainda ajuda a minimizar o desmatamento. Mas isso tem um custo corporativo. Para a Vert conseguir pagar quatro vezes mais às famílias, a marca teve que abrir mão do marketing, que consome boa parte da verba da outras multinacionais de sneakers. A Vert não investe em anúncios, ações comerciais e trabalha sempre com estoque zero para evitar ao máximo estes custos que inviabilizariam a base de fair trade da empresa.

Do Estadão

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