Bittar foi lá na intenção de discutir emendas de sua autoria, em valores estimados em R$ 400 milhões, destinadas a obras de grande envergadura. Duas delas seriam a Ponte da Sibéria, em Xapuri, e a ponte que liga o primeiro ao segundo distritos de Sena Madureira. Assessores próximos ao governador entenderam que “negligenciar um senador é algo imperdoável”, sobretudo pela importância da agenda que deveria ser discutida.
O burburinho em torno da exoneração teve repercussão nervosa nas hostes do governo há cerca de duas semanas, quando o secretário de Governo, Alysson Bestene, teve seu nome sondado para assumir o Deracre.
Bestene disputa a preferência do governador para pré-candidato a prefeito de Rio Branco e o cargo lhe daria, em tese, a visibilidade necessária para levá-lo a um eventual segundo turno. Mas o plano, nascido dentro da própria Segov e com respaldo de alguns parlamentares, não vingou, e quem assume, de fato, é o ex-diretor de Portos e Aeroportos, Sócrates Guimarães.
A amigos próximos, Beto Murad confidenciou, num evento festivo, em 7 de Setembro, que não teve a condição de trabalho lhe prometida. Afirmou que a proposta de Alysson seria “inaceitável”, detalhando que ele, Murad, não toparia “entregar” diretorias estratégica (inclusive a operacional e financeira) para exercer a missão de mero coadjuvante. Reclamou de uma suposta orquestração contra seu grupo, que ele queria unir mas via ser desintegrado por forças acima de seu poder de decisão. Esse argumento foi rebatido pela Casa Civil, que teria engavetado uma lista de indicações feitas por Murad para cargos de confiança. A demissão de uma parente distante do governador que atuava no Setor de Finanças do Deracre também apressou a substituição no comando do departamento.
A foto que ilustra este artigo tem Beto Murad (de colete) e o secretário Ítalo, de Obras.