Sindicalistas relatam falta de apoio aos agricultores e Tchê reage: “estamos começando a produzir”

O presidente do Sindicato dos Extrativistas e Trabalhadores Assemelhados de Rio Branco (Sinpasa), Jozimar Ferreira, e a secretária-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Lisiane Pedrosa, afirmam que os agricultores familiares do Acre estão abandonados à própria sorte. A denúncia foi feita nesta quarta-feira no programa “A Voz do Povo”, na Rádio Cidade, comandado pelo jornalista Itaan Arruda. O secretário estadual de Agricultura, Luiz Thê, presente ao debate, admitiu as dificuldades, mas garante que o estado começou a produzir.
Depois de detonarem o projeto produzir para empregar, do prefeito Tião Bocalom, Chamando-o de “farsante”, os sindicalistas agora apontaram as suas baterias para o governo estadual. “A Seagri só tem políticas públicas para os pecuaristas e grandes produtores rurais”, criticou Josimar Ferreira, sugerindo que o governo crie uma secretaria exclusiva para a agricultura familiar. “Se o setor é estratégico, por que não existem maciços investimentos? ”.
Segundo ele, os serviços essenciais de Estado como saúde, educação e assistência social são precários e ausentes. “Existem alunos sem escola e não há remédios e profissionais em saúde nos postos da zona rural. “O Tchê fala do desenvolvimento da cadeia de cacau, do café e daquilo outro. Agricultura familiar é a goma para a tapioca, os produtos hortifrúti, o frango caipira, a criação de suínos, entre outros”, exemplificou o líder sindical, para quem o empreendedorismo rural só acontecerá se existirem a regularização fundiária, os financiamentos e as condições infraestruturais.
Para Lisiane Pedrosa, uma alternativa para o desenvolvimento do Acre passa pela agroindústria. “A pecuária já é consolidada. A soja e o milho em larga escala estão nesse processo. “O agricultor familiar pode produzir em pequena escala, agregar valor ao seu produto e ter o selo da Amazônia. No zoneamento ecológico e econômico estão elencadas as culturas vocacionais. Então precisamos organizar essa produção, industrializando-a para depois comercializá-la até em mercados externo”, propõe a agricultora, destacando produtos como a farinha de Cruzeiro do Sul, o açaí de Feijó e a banana e o abacaxi de Tarauacá.
Ela disse ainda que a agricultura familiar evita o êxodo rural, não compromete o meio ambiente, produz alimentos saudáveis e gera empregos na cidade e no campo. Caso existissem políticas públicas para o setor, segundo ela, não haveria programas sociais. “A agricultura familiar é de suma importância para assegurar a segurança alimentar e nutricional da população brasileira, uma vez que é responsável por 70% dos alimentos consumidos no país”, concluiu a sindicalista.