Dois pesos e duas medidas é uma expressão popular utilizada para indicar um ato injusto e desonesto, algo feito de forma parcial. Normalmente, está relacionada com situações similares que são tratadas de formas completamente diferentes, seguindo critérios diferentes e à mercê da vontade das pessoas que as executam.
Pois é justamente esta a postura do líder do prefeito Tião Bocalom, vereador João Marcos Luz (sem partido), ao defender o vultoso empréstimo de R$ R$ 340 milhões pleiteado pela prefeitura. Há poucos anos, o parlamentar foi radicalmente contra um endividamento feito pela então prefeita Socorro Neri, mas com uma pequena diferença: aquele era de apenas R$ 48 milhões. “Sou contra esse empréstimo para não endividar Rio Branco”.
Segundo o vereador Fábio Araújo, o pedido de financiamento atual pode chegar a R$ 590 milhões aos cofres públicos, um aumento de R$ 250 milhões, cerca de 73,5%. “O colega, inclusive, faz uma narrativa falaciosa de que os juros seriam de apenas 2% a 5%”, explicou o oposicionista, para quem o empréstimo é um escárnio com os rio-branquenses.
Araújo recebeu informações da procuradoria jurídica, da Câmara Municipal, dando conta que os juros passam de 10%. “Analisei os documentos que foram enviados a esta Casa e a gente constatou que a taxa de juros é mentirosa. Onde ele fala que é superior a 1% ao ano, na verdade, chega a mais de 14% ao ano. Isso sobre o empréstimo do Banco do Brasil. Quanto ao do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a taxa de juros passa dos 11% ao ano”, assegurou.