Criptomoedas: Scarpa ataca empresa acreana por golpe milionário: “pilantras vão ter que pagar”

Gustavo Scarpa usou as redes sociais nesta sexta-feira para fazer seu desabafo mais forte desde que foi revelado o golpe que o meia sofreu ao investir em criptomoedas. Hoje no Olympiacos, da Grécia, o jogador ex-Palmeiras segue na tentativa de recuperar os mais de R$ 6 milhões que desapareceram na Xland.

Uma decisão liminar da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco determinou a apreensão cautelar de R$ 500.178,01 da Xland Holding, empresa acreana de criptomoedas no centro de várias acusações de estelionato, incluindo o caso do jogador Gustavo Scarpa, que investiu R$ 6 milhões na empresa.

Com a foto de um livro, Scarpa começou dizendo que desde que o golpe revelado pelo Fantástico se tornou público, ele teve mais dificuldades para praticar um de seus hobbies favoritos: a leitura.

Além de dizer que está o retomando, fez um aviso aos que chamou de “pilantras”. O investimento foi feito por indicação de Willian Bigode, seu companheiro na época de Palmeiras e hoje adversário na Justiça.

 Depois que o golpe que eu levei se tornou público, nunca mais havia conseguido me concentrar direito para ler livros, uma paixão e um hábito que adquiri há algum tempo. Acabei optando por hobbies com mais adrenalina, tipo skate e wakeboard. Graças a Deus, porém, após quase 1 ano, o pai tá de volta com a leitura – escreveu.

– Infelizmente, os pilantras que fizeram isso comigo e com milhares de outras pessoas, de forma direta ou indireta, segue vivendo normalmente. Com muita cara de pau, continuam lesando famílias com destreza, simpatia e hipocrisia, desejando “o bem” para todos, como se não devessem nada para ninguém – continuou.

E, de forma descarada, ainda usam o nome de Deus para disfarçar suas desonestidades. É apenas um desabafo e uma inconformidade com a situação. Mas, enfim, estou contente porque consegui vencer mais uma batalha da mente. Tô ligado que quem me deve vai me pagar! É nois heheheheh – concluiu.

Scarpa e Mayke foram vítimas do golpe, depois de ambos investirem por indicação de Bigode, que atualmente está no Athletico-PR.

Para recuperar o dinheiro que sumiu, o meia pediu por meio de seus advogados que recebesse 30% dos salários de Willian, mas a Justiça já recusou este pedido duas vezes nos últimos meses.

Willian Bigode, porém, segue como réu no processo que investiga o sumiço do dinheiro investido por Scarpa em criptomoedas. Além da empresa do atacante, sua esposa e sócia Loisy Coelho e a outra sócia Camila Moreira de Biasi Fava, também são réus.

Scarpa e Mayke registraram um Boletim de Ocorrência em novembro e, somados, perderam mais de R$ 10 milhõesWillian também diz ter sofrido um prejuízo de R$ 17,5 milhões.

Relembre o que aconteceu

 

Scarpa chegou à Xland por meio de Willian, e Carlos Henrique de Oliveira Pereira, advogado do meia, considera que o áudios revelados comprovam a relação de cliente do atleta com a empresa de Bigode. Por isso, entende que o atacante do Furacão e os sócios da WLJC devem ser réus no caso.

A defesa de Willian, representada pelo advogado Bruno Santana, já não concordava com a visão e dizia que não se caracteriza esta relação sob o argumento de que Scarpa não chegou a fazer pagamentos para a WLJC.

Os contratos dos atletas firmados com a Xland têm como garantias 20kg de alexandrita, uma das pedras preciosas mais caras atualmente. O malote está retido em uma caixa de segurança em São Paulo.

Caso explodiu após título

 

Gustavo Scarpa e Mayke decidiram abrir um Boletim de Ocorrência horas depois de o Palmeiras conquistar o título brasileiro, em novembro de 2022.

Os dois acusam a empresa de Willian, a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, e a Xland Holding Ltda de golpe. A defesa de Bigode alega que ele também é vítima e não recebeu para indicar o investimento.

Scarpa foi apresentado à Xland por Willian em junho de 2020 por meio de um arquivo com uma apresentação sobre criptomoedas. Em áudio, Bigode afirmou que a empresa no qual é sócio tem “nossa fidelidade e parceria com a Xland”.

A promessa era de que o lucro poderia chegar a 5% ao mês, muito acima do que qualquer aplicação no mercado. Para convencer Scarpa a investir, Gabriel Nascimento, um dos donos da Xland, chegou a dizer que a empresa tinha mais de R$ 2 bilhões em pedras de alexandrita, além de chácaras e terrenos como garantia.

Para Mayke e sua esposa Rayanne, foi Camila Moreira de Biasi Fava, sócia de Willian, quem falou no investimento e argumentou que “não ofereceria se não fosse bom”.

Scarpa até ironizou uma das mensagens de Willian reveladas pelo Fantástico em que o atacante diz que agora só “resta orar”.

Do G1