Gladson Cameli (PP), governador do Acre, não foi colocado no chamado “panorama” das supostas irregularidades apuradas pela Polícia Federal. Em março deste ano, logo após a terceira fase da Operação Ptolomeu, a ministra Nancyr Andrighi negou afastar o governador por falta de provas. De lá pra cá, não houve fato novo, nem operações no âmbito da PF, da CGU e PGR. Ou seja, a investigação, muito embora verticalizada, não coletou informações adicionais que pudessem comprometer o chefe do executivo. Em ato extremo, a PF até pediu a prisão do pai do governador, o que também foi visto como “desnecessário” e fora de contexto.
Cameli disse confiar em Deus e na Justiça, e reafirmou estar à disposição das autoridades para provar sua inocência.
Nesta quinta-feira, os advogados de Cameli foram surpreendidos com um novo pedido de afastamento, desta vez pelo Subprocurador Geral da República. A atitude é vista como “estranha”, às prévias das mudanças na hierarquia superior da PGR.
“Primeira vez que um governador não é denunciado pelo titular da PGR. Um pedido para uma decisão monocrática no STJ, que o Senado já derrubou e está em apreciação na Câmara Federal.Sem contar que o processo de escolha do novo Procurador Geral já está em andamento, com nome enviado ao Senado. Muito estranha essa pressa”, pontuou o ex-deputado pelo PCdoB, Moisés Diniz, em sua rede social.
Nancyr também devolveu o passaporte do governador, seus bens antes apreendidos, permitiu que pai e filho voltassem a se comunicar, e considerou que os investigados em questão não interferem na investigação.
Aguarda-se a decisão da ministra, que deve manter o mesmo entendimento de antes e garantiu o governador acreano no cargo.