Questionamentos sobre a possível aliança entre o engenheiro Marcus Alexandre (MDB) e o governador Gladson Cameli (PP) são respondidas pelo ex-deputado federal João Correia, um dos quadros mais respeitados da política local, e uma das decisões mais acertadas do MDB para coordenar a campanha à Prefeitura de Rio Branco.
O vice ideal e a supostas tentativas de ingerência de Jorge Viana e outros petistas são temas de uma entrevista ao jornalista Assem Neto.
A estratégia de apresentação do ex-prefeito ao eleitorado da capital também é detalhada por Correia. Confira abaixo:
Oseringal – Que imagem do Marcus Alexandre vocês levarão ao eleitor de Rio Branco ?
João Correia – A imagem de um sujeito extremamente dedicado, programático, carismático. Um sujeito acessível, como ele sempre foi, capaz de conversar com a população de forma respeitosa e republicana. São virtudes que o povo já conhece no Marcus Alexandre. Uma pessoa ampla, leve, atenciosa, respeitosa, que trata olho no olho cada pessoa que se aproxima dele. Aqui no MDB ele é o comandante e o timoneiro da nave. Ele está feliz e a cada dia encorajado. Essa reação dele nos contagia e estimula, naturalmente. É bom saber que os propósitos do projeto são inegociáveis, com foco absoluto na resolução dos problemas enfrentados por cada cidadão riobranquense.
Oseringal – Existe alguma possibilidade de aproximação do Marcus com o governador Gladson Cameli ?
João Correia – Isso nunca saiu do radar. Sempre existiu esta possibilidade, seja por vias do Juruá, por meio do Vagner Sales e o Tanisio Sá (dirigentes do partido). Não podemos impor nada. Não devemos. Não é o nosso estilo. Mas, seja no primeiro ou no primeiro turno, sempre haverá esta hipótese. Se houver de acontecer, será sem impor ou determinar os caminhos alheios. É preciso entender que, com governo do estado ou sem ele ao nosso lado, o prefeito terá que se relacionar com todos. Com o presidente da República, com os parlamentares estaduais, municipais e federais. Todos são agentes extremamente úteis na definição de emendas e de outros recursos que ajudarão a municipalidade. Entrar em confronto com as instituições e poderes é pedir para ficar isolado, e isso não é bom para o povo, tampouco é perfil do Marcus Alexandre e do MDB. Um gestor público deve governar para a ampla maioria da população.
Oseringal – Ainda somos um estado bolsonarista, apesar dos baques sofridos pelo ex-presidente. Como será tratado o ódio ao petismo, que ainda é latente, e os ataques que, inevitavelmente, virão contra o Marcus?
João Correia – É um assunto delicado. Não podemos fingir que isso não existe. Mas entenda que nós vamos rejeitar todo e qualquer debate que não somar. O nosso debate é aquele que dizem respeito aos problemas da cidade.
Oseringal – Estão preparados para as fake news?
João Correia – Fiquei extremamente incomodado e assustado com o advento da Fakedeep. Impressionante como esse tipo de crime pode pautar as eleições, num índice de maldade estarrecedor. Nós vamos fazer respostas políticas. O cidadão merece respeito. E não estaremos preocupados com o que virá do outro lado. Nós vamos conversar com todo mundo, muito embora haja pessoas que não tem como se relacionar de forma alguma. Buscaremos o diálogo, essencialmente. Defendemos o direito que as pessoas têm de expressar seus pensamentos, especialmente nas redes sociais. Mas o nosso jurídico estará sempre alerta para combater a injustiça e outras situações inadmissíveis. Repito: o cidadão é o juiz.
Oseringal – Marcus é extremamente discreto nas redes sociais…. Isso vai mudar?
João Correia – Marcus é um sujeito que tem uma vida reta, é bem relacionado em família, na sociedade, entre os partidos. Vamos usar o máximo que a tecnologia possa nos oferecer para nos comunicar com os excluídos, desvalidos, a juventude, movimento de mulheres, etc. Olha, Rio Branco tornou-se uma cidade com uma pobreza assustadora. Esse cenário piorou muito nos últimos anos. Temos que ter proposta de abraçar as famílias. O tratamento ao Marcus nas redes sociais será de explorar a simplicidade dele em todas as suas relações. Uma pessoa que acorda cedo é por que dorme cedo.
Oseringal – Há comentários de que caciques petistas estariam tentando impor suas vontades, na intenção de se empoderar no palanque do MDB. Vocês estão sofrendo essa investida?
João Correia – Não, sinceramente, não estamos. Eu não posso falsificar a realidade. Nem mentir. Essa interferência não existe. O Marcus sempre teve muita personalidade diante do PT e petistas. Não se permitiu ser manipulado, tampouco se tornar massa de manobra. E eles, do lado de lá, são cientes disso. Nós apuramos que o PT não gostaria que ele viesse para o MDB. Ora, aqui o Marcos, como eu disse, é o comandante. Nós discutimos com todo mundo antes de ele chegar. E esse debate nunca foi encerrado. Composições são necessárias. Porém, aqui quem define é a mesa azul. A maioria prevalece, sem imposição, manipulação ou coisa do tipo. Sobre a sua pergunta, reafirmo que nós jogamos pontes a todos, buscamos construção de fato. Não devemos descartar apoio que irá somar futuramente. O Marcus tem tudo de um não petista tradicional. Acredite. O casamento dele com o MDB o deixa extremamente contente. Isso o fará um gestor produtivo.
Oseringal – Qual deve ser o perfil do vice ideal?
João Correia – Anote aí. O Marcus fará um mandato completo. Esta é a proposta que ele levará à população. Se o povo concordar, ele vai para a reeleição. O vice será alguém que agrega, some, olhe para o futuro, de forma pragmática. Mas o vice, te garanto, não será de esquerda. Será de centro-direita, e isto já está alinhado com nossos aliados. E será a última escolha. Há conversas permanentes, com grupos políticos sem distinção.