O Acre entre os 6 estados em emergência de Dengue: Governador amplia público alvo de vacinação

O Acre entrou na lista de seis estados mais o Distrito Federal que declararam já declararam emergência em saúde pública por causa da dengue, segundo informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (27). Os demais são GO, MG, ES, RJ e SC.

O governador Gladson Cameli (PP) ampliou nesta segunda-feira, 26, o público para o programa de vacinação contra a dengue. Destinado, inicialmente, a crianças de 10 a 11 anos, a campanha agora se estende para adolescentes até 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade nos municípios do Baixo Acre. Esta faixa etária foi identificada como a mais susceptível a hospitalizações decorrentes da doença, dentro do grupo de 6 a 16 anos, informou a a Secretaria de Comunicação.

Veja abaixo a publicação do G1 sobre a emergência no país:

Para conter o avanço da doença, o MS também divulgou que irá implementar um “Dia D” de mobilização nacional contra a dengue, no próximo sábado, dia 2 de março, com o tema ‘10 minutos contra a dengue’.

“[Será] um momento de atenção do país, de atenção das autoridades sanitárias, do Ministério da Saúde, de um monitoramento muito próximo ao que está acontecendo nas diferentes regiões, estados e municípios”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, numa coletiva de imprensa em Brasília.

 

No começo do mês, o governo anunciou que ampliou para R$ 1,5 bilhão os recursos reservados para apoiar estados, municípios e o Distrito Federal no enfrentamento de emergências, como a alta de casos de dengue no país. Em 2023, a pasta havia reservado somente R$ 256 milhões para esse fim.

Além disso, a pasta também disse que está otimizando a entrega de verbas para estados e cidades que declararem emergência devido à dengue, outras doenças transmitidas por mosquitos ou situações que afetem a saúde pública.

E nesta terça foi aprovado o primeiro pagamento, no valor total de R$23,4 milhões, destinado a municípios de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal.

Em todo país, já são mais de 973 mil casos prováveis e confirmados nas primeiras oito semanas de 2024. No mesmo período do ano passado, o país contabilizava 207.475 casos. E em todo o ano de 2023, foram 1.658.816 registros.

Até o momento, 195 mortes foram confirmadas neste ano e 672 seguem em investigação. Em 2023, foram 149 óbitos entre as semanas 01 e 08.

“A curva está tendo uma inclinação muito positiva desde o início do ano, e isso é ruim. O gráfico deveria subir mais lentamente, e não é isso que estamos vendo. A expectativa é que a gente bata todos os recordes de dengue em 2024, já que a largada começou com alta velocidade”, disse Kleber Luz, infectologista e consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Opas para a elaboração de diretrizes estratégicas para prevenção e controle das arboviroses, em entrevista recente ao g1.

O que devemos fazer

A dengue só acontece se houver a presença do mosquito Aedes aegypti. Essa é, praticamente, a única forma de transmissão da doença que causa repercussão na sociedade. Para evitar, então, não há muito segredo: precisamos acabar com os criadouros do mosquito. E o combate depende de todos, seja a sociedade em geral, governo e profissionais de saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 75% dos criadouros do mosquito transmissor estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros). Esses criadouros permitem a proliferação da fêmea do mosquito Aedes aegypti (transmissora da dengue).

“O controle é vetorial, precisamos combater o mosquito. A população precisa ser educada, entender que a dengue é uma doença grave e devemos controlar o criadouro. Já os gestores precisam disponibilizar larvicidas, fumacê, distribuição de inseticidas”, diz Kleber Luz.

O infectologista e consultor da OMS lembra que a dengue mata pessoas absolutamente saudáveis e de qualquer idade. Por isso, ao apresentar os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, visto que a infecção pode evoluir rápido e o óbito pode vir no terceiro ou quarto dia.