Ao Correio Braziliense, Gladson diz que “defender o meio ambiente não é ser de esquerda”

Rio Branco — Com a ambiciosa meta de retirar a população do Acre de áreas de risco de inundação, o governador Gladson Cameli (PP) pretende levantar cerca de R$ 400 milhões para esse projeto, que espera tornar a grande marca da gestão. Ele conversou com o Correio sobre os problemas do estado e a dependência dos recursos repassados pelo governo federal. Gladson, que assumiu com um discurso de pouca preocupação com meio ambiente, mudou o foco ainda no primeiro mandato e, agora, está convencido de que a floresta vale mais de pé do que no chão — mudança que, segundo seus interlocutores, veio por meio do convívio com as populações indígenas. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

O Acre ficou para trás na defesa do meio ambiente?

Não podemos politizar a questão ambiental. Parece que quem defende o meio ambiente é de esquerda e quem defende o agronegócio, de direita. Defendo um agronegócio sustentável e sou contra desmatar uma árvore sequer. Tenho feito todas as ações para diminuir os índices de queimadas, de desmatamento. Você não consegue remar contra a maré. Preciso do apoio do governo federal e convidei o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para vir e discutir essas situações. Estamos investindo no turismo étnico, para que a gente possa valorizar quem vive na floresta.

A população tem essa consciência ecológica?

Tem essa consciência da floresta em pé. Para ampliar o agronegócio, incentivar o plantio da soja, da pecuária, não preciso derrubar uma única árvore. O que está aberto aí é suficiente.

Todo ano, o Acre sofre com as cheias. Como enfrentar o problema?

Temos um grande problema: a regularização fundiária. A maioria das terras é da União e, para aderir aos programas habitacionais do governo central, tem que ter o documento da terra. É um processo para que possamos fazer essa regularização fundiária. Temos não só que fazer unidades habitacionais — precisamos criar uma condição de saneamento e infraestrutura.

O senhor disse que vai retirar toda população das áreas de risco com R$ 400 milhões…

Essa é nossa expectativa inicial. O Acre precisa do governo federal. Hoje, 40% da economia do estado giram em torno da folha de pagamento (de órgãos públicos das três esferas). Preciso gerar emprego, renda, criando condições estimulando a iniciativa privada a vir investir. Tenho que chegar para o governo federal, dar uma estimativa de pré-projeto, que vamos apresentar dia 18 (de abril). O presidente Lula já sinalizou em ajudar, seus ministros vieram aqui, se colocaram à disposição.

A Amazônia é uma região na qual o crime organizado avança mais e mais. Como fica o Acre diante desse problema?

As facções querem enfrentar o poder público. Nossa fronteira é muito grande: temos dois países produtores de cocaína, Peru e Bolívia, e não temos pessoal para proteger essa fronteira toda. Para resolver, reestruturamos nossas polícias e fizemos parcerias com o governo federal por meio do Exército, da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Montamos, ainda, um batalhão (da Polícia Militar) de fronteira para combater esse contrabando. Não vou me curvar a essa situação. A polícia está agindo, mas essa não é uma guerra do Acre, do Brasil — é do mundo todo.

E a atuação federal no combate ao crime organizado?

O governo federal montou um centro de inteligência com todas as polícias dos estados da Amazônia para monitorar, prevenir, fazer um serviço de inteligência e combater essa situação. Estamos avançando, mas a situação é de sinal vermelho.

Por Henrique Lessa,

Correio Braziliense

*O repórter e o fotógrafo viajaram a convite do
governo do Acre

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