O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve apresentar explicações ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sobre a permanência por dois dias na Embaixada da Hungria em Brasília. Nesta quarta-feira, 27, é esperado que os advogados de Bolsonaro apresentem a justificativa. As informações são da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Segundo a jornalista, o principal argumento será que Bolsonaro não teria motivos para suspeitar minimamente que poderia ser alvo de um mandado de prisão. Por isso, não teria o objetivo de se esconder ou pedir asilo político, como as autoridades suspeitam.
Os advogados devem dizer que, quatro dias antes da suposta visita de Bolsonaro à Embaixada Húngara, a Polícia Federal havia prendido ex-auxiliares do ex-presidente por determinação de Alexandre de Moraes. A liberdade de Bolsonaro foi mantida, e seu passaporte foi recolhido. Por isso, se o ministro quisesse prendê-lo, teria determinado a prisão no mesmo dia.
Ainda de acordo com a jornalista, a defesa de Bolsonaro afirmou: “Não faria, portanto, qualquer sentido suspeitar minimamente de que um decreto de prisão preventiva pudesse ocorrer” depois de quatro dias de medidas cautelares serem aplicadas.
“Se tal fosse o intento do ministro relator [Moraes], já o teria feito dias antes, não se limitando simplesmente à custódia do documento de viagem [passaporte de Bolsonaro]”, completaram.
Manter contatos
Segundo Mônica Bergamo, Jair Bolsonaro teria ido à Embaixada da Hungria para manter “contatos” com autoridades do país, já que teria uma agenda política nacional e internacional “extremamente ativa”, como ex-presidente.
“Não faz sentido supor que por detrás da visita à delegação diplomática havia algum plano sub-reptício visando furtar-se das investigações em andamento, com as quais, rediga-se, sempre colaborou”, afirmaram os advogados à colunista.