Esteve no Parque de Exposições no domingo, abraçou meia dúzia de pessoas, mas não sujou os sapatos finos, caríssimos, nas fedentinas do rio, nem foi ao encontro dos miseráveis com água pelo pescoço. Nesta segunda, quando a comitiva ministerial o aguardava já em solo acreano, Bittar apareceu na APAE, numa agenda ridícula. Depois seguiu para Brasília, quando o aeroporto já estava esvaziado,
Mas Bittar, lembrem-se, se apressou a responder a “convocação” de Bolsonaro ao ato na Avenida Paulista, no dia em que o Estado que ele usa como sparring político-eleitoral viveu um dos seus momentos mais desesperadores.
Até o deputado coronel Ulisses convocou sua assessoria para registrar ele carregando uma geladeira, num sinal de suposta solidariedade a uma família atingida – muito provavelmente após apanhar nas redes sociais ao ser flagrado numa carona, de jatinho, com o ministro do Turismo, rumo a Santarém (PA).
Até o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, reconheceu a atenção dada pelo Lula aos acreanos, deixando de lado, ainda que por algum momento, seu jeito turrão.
Bittar pesará nas costas do ex-desafeto Alan Rick, virtual candidato a governador em 2026. Este que, provavelmente com remorso, se apegou a Valdez Goes e Marina, somente no desembarque na capital acreana, mas não emitiu um obrigado sequer ao presidente também.
Pesquisas de intenção de votos sobre os prefeituráveis em Rio Branco está no forno, e deve ser divulgada após o sofrimento pelas cheias passar.
Gladson Cameli (PP), que, agora, repete o gesto em favor da vida tão fartamente elogiado nos tempos de pandemia, sairá, certamente, muito mais empoderado. Alan Rick cai na preferência do eleitorado, muito embora seja um dos mandatos mais produtivos da República. E peca por se permitir a um orgulho besta, infantil, como se ausentar da foto com o governador (seu amigo), o ministro e demais autoridades em coletiva à imprensa (veja a cima).
Importa lembrar que o perfil bolsonarista da população acreana não é mais aquele quando quem criticava o ex-presidente corria risco de ser hostilizado em via pública. Agora, a ala doente e fanática se recolhe a grupos de Whatsaap, acovardando-se, muitas vezes, em perfis fakes, negando a própria identidade, em muitos casos.
Não que Lula seja o “novo mito”. E se objetivo fosse a pirotecnia, como nos tempos da aglomeração criminosa do ex-presidente, o velhinho de 80 anos teria descido no Acre, ontem, só pra ver a cara sem vergonha de alguns que lhe desejaram até a morte.