Paulo Araújo, um dos milhares de posseiros na Fazenda Palotina, do pecuarista Sidney Zamorra, falou ao oseringal horas antes de ser preso, nesta terça-feira. A prisão foi uma “armação” para forjar culpa em inocentes, considera a professora Rosana Nascimento, coordenadora geral do Conselho das Cooperativas e Associações de Produtores do Acre e Amazonas. O celular do trabalhador foi apreendido. O aparelho tinha vídeos e fotos de viaturas policiais fechando o cerco na propriedade, onde uma antena de rádio foi construída em circunstâncias que a Anatel ainda não explicou.
Em frente á delegacia, em Boca do Acre, nesta manhã, famílias de agricultores se reuniram pacificamente pedindo justiça, em defesa do posseiro preso e reafirmando que o pecuarista tem culpa pelo conflito.
Na entrevista, ele também denuncia censura das emissoras de TV e jornais do Acre, que se negam a cobrir o conflito, e pede ajuda para que a situação seja mostrada em cadeia nacional.
Na última quinta-feira, Paulo mostrou cruzes no solo da fazenda, sinalizando o local onde posseiros deveriam ser sepultados. No mesmo dia, um trabalhador foi esfaqueado por jagunços que mostraram quatro reféns ajoelhados, sendo açoitados, por meio de chamada de vídeo (reveja abaixo).
O líder comunitário rural deixou o escritório do jornal por volta de 15 horas de segunda-feira. Na manhã seguinte, sua residência foi revirada por policiais que lhe deram voz de prisão (veja a cobertura completa do caso logo abaixo).