A união do MDB, PP e PSD, que depende fundamentalmente do aval do governador Gladson Cameli (que também acumula a presidência estadual do Progressista), não deve ser analisada apenas pela ótica da eleição na capital Rio Branco. Os 3 partidos juntos já governam 10 municípios e podem se fortalecer elegendo prefeitos em no mínimo 6 dos 7 municípios mais populosos do Acre, e em torno de 12 e 14 no total. Isto abrange cerca de 80 a 85% da população do estado.
Inteligente, estrategista, com popularidade em alta e pensando em 2026, Gladson sabe que a máquina do Governo, se somada com as principais prefeituras, é determinante pra catapultar as eleições de governador e senadores – serão duas vagas – e pôr uma pá de cal nas pretensões petistas para as próximas eleições gerais.
No Juruá, a força da família Sales; No Iaco/Purus a liderança do deputado Gerlen Diniz e Tanísio Sá podem selar as vitórias em Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa; em Feijó, a junção de forcas entre o atual Prefeito Kief e o ex-prefeito Francimar Fernandes viabilizarão a eleição do sucessor de Kiefer que está no segundo mandato e não poderá mais se candidatar ao cargo; Em Tarauacá a aliança poderá eleger Rodrigo Damasceno ou Vando Torquato, com a indicação de que Torquato pode migrar para o PSD; Em Cruzeiro do Sul a aliança fatalmente viabilizará a reeleição do Prefeito Zequinha e ainda terá chances reais de vencer em Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo;
Ainda está no radar das vitórias desse grupo em Assis Brasil; em Epitaciolândia com Everton Soares; em Xapuri com a influência do deputado Manoel Morais (líder do governo na Aleac); em Senador Guiomard com a atual prefeita Rosana Gomes; em Plácido de Castro com Camilo Silva, em Acrelândia com o atual Prefeito Olavinho e em Porto Acre, com o atual Prefeito Bené Damasceno.
Com a vitória praticamente selada em Rio Branco – a joia da coroa -, onde reside cerca de 53% da população, a aliança deve ser vista com uma estratégia macro, muito acima de interesses pessoais ou de grupos isolados que insistem em se manter na miopia política.