Os presidiários Deibson Cabral do Nascimento e Rogério da Silva Mendonça e mais dez detentos envolvidos na rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, em 26de julho do ano passado, passaram a ser réus.
A decisão é do Juiz da Vara de Delitos de Organização Criminosa da Comarca de Rio Branco, que aceitou a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual.
Railan da Silva Santos, Selmir da Silva Almeida Melo, Cleydvar Alves da Silva, Manoel Moreira da Silva, Deibson Cabral Nascimento, Bertônio da Silva Lessa, James Oliveira Bezerra, Cleber da Silva Borges, José Ribamar Alves de Souza Filho, Rogério da Silva Mendonça, Gelcimar Pinto de Macedo e Francisco Altevir da Silva vão responder ação penal pelo crime de participação e promoção de organização criminosa armada.
Paulo Roberto da Silva e Rosenato da Silva Araújo, também transferidos para o presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, em setembro passado, não foram denunciados por organização criminosa.
Cinco mortes em rebelião
A Rebelião durou quase 24 horas. Consta na denúncia do MP que os réus agiram com extrema violência contra membros de uma facção rival. Marcos da Cunha Lindoso, o “Dragão”, Francisco das Chagas Oliveira da Silva, “Ozin”, Lucas Freitas Murici, o “Poloco”, Ricardinho Vitorino de Souza, o “Anjo da morte”, e Davi Loureço da Silva, “Mendigo”, acabaram mortos, sendo que três deles foram decapitados.
Ao analisar os relatórios de investigação, os promotores do GAECO descobriram que todos os réus, intencionalmente, promoveram transgressões disciplinares em datas anteriores à rebelião.
A finalidade era para o grupo ficar num mesmo pavilhão e condenar as ações criminosas.
O plano, ainda segundo o GAECO, tinha dois objetivos: a fuga das lideranças do Comando Vermelho, por conta das condenações expressivas, e ainda demonstrar força contra os membros da facção rival, executando as principais lideranças do Bonde dos 13.
Outros dois inquéritos policiais sobre a rebelião ainda estão em andamento.
Um deles apura a possível facilitação de agentes públicos no motim.
Neste caso um policial penal foi preso e quatro afastados após a operação Portas Abertas da Polícia Civil.
A investigação aponta que os doze réus por organização criminosa devem ser indiciados pelo massacre ocorrido contra os cinco detentos executados.