Ninguém entendeu o ataque desproporcional e desnecessário do senador Márcio Bittar às autoridades federais que tentam minimizar a catástrofe sem precedentes no Rio Grande do Sul. Nem no momento de maior comoção do país o político se sensibiliza em rejeitar, por alguns instantes, o ódio e sua intenção de ascender trapaceando, se projetar alimentando-se da mais pura vilania.
O senador, que desfruta das prerrogativas do cargo para proveito pessoal sem pedir licença (com cirurgias de tornozelo e reversão de vasectomia às custas do contribuinte), mal digeriu as críticas por ter sido um completo indiferente ao caos da maior enchente no Acre. Tampouco se incomoda com a rejeição enorme ao seu nome enquanto candidato a governador (míseros 4% dos votos válidos em 2022), nem à mácula irreversível de sua desastrosa condição de relator do Orçamento de 2022, quando, dentre outras peripécias nada republicana, destinou uma fortuna (R$ 11 milhões) a hospital gerido por um amigo.
E se vê no direito de tumultuar a corrente do bem em socorro aos milhares de gaúchos afetados pela maior tragédia daquele estado. O Acre virou notícia ruim, por culpa do senador que já foi manchete nacional por beneficiar outros entes federados com emendas milionárias e pouco se importar com os miseráveis daqui. Mexeu com a rede social e se deu mal. Apanha feito cachorro sarnento.
Lobista catedrático, Bittar girou sua metralhadora à ministra Marina Silva (Meio Ambiente), desenterrando narrativas que não importam aos desalojados e desabrigados, e foi chamado de hipócrita. É o mentor e principal construtor da campanha do prefeito Tião Bocalom revelando-se, mais uma vez, a soma de todos os cânceres de nossa política.
Por isso, é aporofóbico.