É fria! madeira que Bocalom diz ter comprado para 1001 casas não tem documento de orígem

É de orígem desconhecida a madeira que o prefeito Tião Bocalom diz ter comprado junto à empresa Asscom Assessoria Técnica e Consultoria Empresarial Ltda para a construção das ditas 1001 casas populares.

A suspeita de um escândalo financeiro na Prefeitura de Rio Branco a partir do uso criminoso de documentação fria é levantada pela reportagem após confrontar a quantidade de toras que o prefeito diz ter comprado com o negócio suspeito entre a Asscom e o Plano de Manejo sediado no município de Feijó, de onde as toras deveriam ter saído.

O secretário Antônio Cid (Infraestrutura e Mobilidade Urbana), que assina a homologação do Pregão Eletrônico (veja ao lado), afirma que o município pagou quase R$ 6 milhões por 3.600 metros cubos de toras brutas (o equivalente a 100 carretas carregadas).

Porém, de acordo com o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), que licenciou o Plano de Manejo Autex, fornecedor da madeira à Asscom, apenas 100 metros cúbicos foram transportados ao pátio da madeireira, no Distrito Industrial.

Esta é a informação oficial após checagem no sistema público para o meio ambiente no território acreano (veja diálogo abaixo), que trata a Autex como detentora (orígem) e, como receptora (destino), a empresa V. M Empreendimento, Comércio e Transporte – que arrendou o pátio da Asscom e está responsável por beneficiar toda a matéria prima.

A Asscom pertence à empresária Adelaide de Fátima, uma das principais clientes do Governo do Acre nas gestões dos irmãos Jorge e Tião Viana (PT).

Frete inviável e muita pergunta sem resposta

Imagine quanto custaria o frete das 100 carretas carregadas de madeira desde Feijó até Rio Branco, varando acessos precários. “O frete inviabilizaria o negócio”, opina um empresário do ramo. “Creio que a Asscom precisa vir a público e mostrar as cópias dos DOF´s correspondentes aos 3.600 metros cúbicos que estão na licitação já homologada. É estranho que a orígem dessa mercadoria não esteja clara. Hoje, oficialmente, sabemos que 90% da madeira que chegou aqui não veio do plano de manejo apontado como vendedor junto á compradora Asscom. E a revenda á prefeitura, se deu com qual nível de honestidade? Há um laranjal nessa história? A prefeitura está comprando madeira sem documento? A madeira doada está sendo vendida? Por quem? Não há fiscalização?”, questiona a fonte.

É fato que não há madeira beneficiada suficiente para as 1001 casas que seriam entregues no último domingo (Dias das Mães), como prometeu o prefeito. Além disso, a matéria prima que o prefeito diz estar sendo doada é a mesma rejeitada pelos mercados de fora, sem valor comercial. Trata-se de madeira refugo, de terceira, com péssima qualidade.

O total de madeira doada pela empresa à Prefeitura de Rio Branco, da qual uma parte já se encontra em poder do município, será da ordem de 10 mil metros cúbicos, diz em nota a prefeitura, na data em que Bocalom visitou o pátio de um dos doadores. A imagem é esclarecedora: o prefeito posa para um amontoado de peças jogado no tempo, sem o mínimo cuidado, dando margem a questionamentos sobre a qualidade da obra cujo conceito é vendido como “dignidade aos que não têm onde morar”.

O próprio Bocalom afirmou que o total aproveitado será entre dois a três mil metros cúbicos, e o resto virará resíduo. “O restante de madeira que faltar às obras serão doados pela superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro de Bem Naturais e Recursos Renováveis) no Acre, através das apreensões de transporte de exploração madeireira ilegal”, disse ele à época.

O secretário de Comunicação, Ailton Oliveira, não comenta o assunto. A V. M não foi localizada e a Asscom apresente um telefone inoperante. O espaço está aberto para esclarecimentos.

 

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