Reviver é preciso. Entenda abaixo como o senador Alan Rick pode ter sacrificado seu intento de ser governador, o que pode explicar as humilhações que sofre dentro do seu próprio partido. E mais: por que não é protagonista no grupo político que mais cresceu nas últimas eleições.
Falo do PL, a legenda do ex-presidente, que saiu de 76 deputados para os atuais 99, sendo a maior bancada da Câmara Federal (em segundo lugar está a federação PT-PCdoB-PV, com 80 deputados eleitos, sendo o PT com 68, PCdoB com 6 e PV com 6).
Pois bem.
Logo após o término do pleito eleitoral de 2022, Valdemar Costa Neto estava decepcionadíssimo com Márcio Bittar, que prometeu mas não elegeu a então esposa, Márcia, senadora.
Márcio também não no foi capaz sequer de montar uma chapa candidatos a deputado federal, promessa feita a Valdemar para convencê-lo a tomar o PL da então deputada federal Mara Rocha, ambos bolsonaristas de carteirinha.
A frustração de Valdemar Costa Neto ficou explícita quando este não enviou um centavo para as candidaturas proporcionais do PL no Acre. Foi ele procurou o senador eleito Alan Rick e ofereceu-lhe o comando da legenda do PL no Acre de porteira fechada.
Inacreditavelmente, Alan não aceitou a oferta por haver uma dívida de campanha próxima a R$ 800 mil. Inebriado com a ascensão política, o jornalista senador não calculou as consequências e, hoje, sequer reflete que pode ser a próxima vítima. Quanto á dívida, esta assinada por Antônio Rueda, então vice-presidente nacional do União Brasil, poderia ser quitada por meios legais, inclusive com a prontidão do próprio Costa Neto.
Alan temia que, caso deixasse o UB, a dívida poderia não ser paga.
Pra motivar Alan a não deixar o União Brasil, seus inimigos íntimos lhe ofereceram também a Presidência Estadual do Partido no Acre e, por conta disso, Alan deixou o cavalo selado passar.
Bittar o destituiu Alan do partido, num bota fora que arrastou pra rua vários outros apoiadores do então deputado federal. A nota acima, de Alan, sugeria que ele e Bittar não mais sentariam à mesma mesa. Ledo engano. O ex-apresentador de TV somente comemorou a eleição para senador graças à rejeição homérica de Bittar que não passou de 4% dos votos válidos na eleição para go governo. Mais recentemente, outro constrangimento: a trapaça dos irmãos Rueda e Bittar, que deixou desconcertado o senador em ato para declarar apoio a Bocalom, sem que o senador tenha sido preparado para tamanha saia justa.
Após a recusa de Alan, Márcio Bittar usou novamente a influência de Bolsonaro e filhos pra se reabilitar com Valdemar da Costa Neto e continuou no comando do PL. Um vacilo do qual o senador se arrepende até hoje.
Hoje, aliás, Bittar se utiliza do protagonismo que o PL tem na política acreana pra por em prática seus planos sorrateiros e maléficos aos interesses da sociedade e inversamente benéfico aos seus interesses pessoais e familiares.
Se Alan tivesse juízo, teria assumido o PL de pronto, com outros meios para quitar suas dívidas de campanha, e hoje estaria no comando estadual da maior legenda do Brasil e com caminhada livre para sua candidatura a Governador. Por se declarar bolsonatista, não assistira, enclausurado, ele próprio ser rifado vez após outra, e não estaria no alvo de Bittar como eterna vítima.
Graças à sua miopia política, Rick agora exerce a Presidência Estadual do União Brasil mas quem detém o poder de mando é o forasteiro Fábio Rueda, trazido à política acreana pelas mãos de Márcio Bittar que nunca teve amor algum pelo Acre, apesar dos mandatos generosos concedidos a ele pelos acreanos até então desavisados.
É verdade que sabedoria demais vira bicho e come o dono….