Não tem dois anos que o prefeito Bocalom (Rio Branco) demitiu a chefe de gabinete de sua vice.
Demitiu sem comunicar a “vítima” e sem consultar a própria Marfisa Galvão, a quem ele afagava os cabelos, beijava a testa, abraçava intensamente e chamava de “minha filha querida”.
Marfisa que se entregou à campanha que tirou Bocalom da sarjeta política após tentar zilhões de vezes – e amargar derrota nas urnas.
Marfisa que, mais adiante, após buscar explicações, viu seus indicados serem exonerados também.
Marfisa que também teve depenados, dissolvidos e destruídos os programas sociais (e por mais direitos das mulheres) que ela planejou com esmero. E se viu obrigada a recolher copos de sopa (produzidos na cozinha de sua casa) e encerrar campanhas solidárias, porque Bocalom lhe tirou até a gasolina para entregar os donativos aos miseráveis que habitam os guetos de Rio Branco.
O que representa Marfisa na Vice-Prefeitura hoje? Absolutamente nada. Não tem equipe. Não tem autonomia. Cassaram a sua prerrogativa. Não por incompetência dela, mas por conta de uma perseguição implacável de um prefeito que – eu já disse isso milhões de vezes – aparenta ordeiro mas age com uma vilania colossal.
Bocalom é sanguinário, impõe à sua lista negra a culpa pelo seu fracasso como agente público. Tratora, trai, trama.
Alysson Bestene e o PP não enxergam isso?
Qual contribuição dará o Alysson e seu insignificante desempenho como articulador político que gerou mais contendas do que agregou apoio? Aposta na máquina, mesmo que isso imponha riscos ao chefe do Executivo? Ou seria como signatário da expulsão do prefeito, a quem se une “em nome do povo”?
Que transferência de votos será capaz? Os míseros 4%?
Qual garantia se tem que Bocalom, se reeleito, abdicará do cargo pra disputar o governo, vez que no campo da direita tem mais duas candidaturas postas? Aquela que entupiu nossos ouvidos com promessas estapafúrdias, lembrada agora por descumprir 80% do seu plano de governo?
Entendam que Bocalom terá que renunciar ao mandato, enquanto Mailza Assis e Alan Rick podem concorrer investidos em seus cargos – governadora e senador, respectivamente.
Isso o colocará o prefeito em extrema desvantagem na formação de alianças, já que a eleição é estadual e ele sequer terá a caneta de Prefeito da capital.
Se pressentir a inviabilidade do seu nome, deixará Alysson Bestene reduzido a nada, isolado num gabinete, sem poder de mando, obrigado a ser vice por 4 anos, indo ao caixa eletrônico a cada mês buscar seu salário de “novo badeco”. É o preço que pagará o secretário mais empoderado politicamente hoje, mas que está prestes a se prestar à maior sandice da história política do Acre.
Diz o Aurélio que vergonha é sentimento de insegurança causado por medo do ridículo e do julgamento dos outros.
Essa não é uma virtude de uma minoria nesta estória desonrosa.
Resta saber de quem é o prostíbulo: do liberal ou do progressista.