“Nada dará errado”, disse o prefeito de Rio Branco naquele 16 de outubro de 2023 ao apresentar o protótipo de uma das 1001 casas populares que ele prometeu entregar no próximo domingo, Dia das Mães.
O marketing da prefeitura ocupou espaços generosos nas mídias pagas na intenção de alavancar a pífia gestão. Criou expectativas que, hoje, se convertem em frustração para as famílias que habitavam áreas de risco, e um silêncio vergonhoso dos apoiadores do prefeito. Foi um blefe? Não. Tudo não passou de pirotecnia, resultado de um assessoramento ridículo, ineficiente, nos campos jurídico e da Comunicação Social do município. Um calote evidenciado pela declaração mais recente do próprio prefeito, de que “a Lei Eleitoral proíbe nesse momento fazer a entrega das unidades habitacionais”.
Milhares de cidadãos correram para o cadastramento, na esperança de que teriam casa própria, em madeira de lei, quintal minimamente utilizável e parcelas que caberiam no bolso, segundo os critérios do Minha Casa, Minha Vida. Hoje, não se sabe quem seria contemplado se as 1001 casas fossem, de fato, levantadas num só dia, domingo que vem. O programa estacionou. Parou tudo.
Assessores e bajuladores de Bocalom ainda insistem na fake news, segundo a qual “o prefeito constrói com recursos próprios”. Mas nenhum deles lembra o fracasso do programa, que teria seu êxito somente “após as eleições”, isso se o prefeito for reeleito, o que é improvável.
A contratação do empréstimo não saiu do papel – resultado de mais uma barbeiragem jurídica que atrapalhou a liberação dos recursos pela Caixa Econômica Federal, instituição financiadora.
A madeira foi fotografada ao relento, num descuido que nem o mentor da campanha de Bocalom, o senador Márcio Bittar, teve capacidade de observar ao visitar a madeireira ao lado do prefeito. Relapsos, desleixados, indiferentes ao anseio de um público que o prefeito espera lhe dar uma segunda chance.