A ministra Nancy Andrigh abriu a votação, como relatora, pelo não afastamento do governador Gladson Cameli, em sessão da Corte Especial, nesta tarde. Ela também votou para prorrogar, por 12 meses, as medidas cautelares anunciadas em dezembro do ano passado. “Não vejo a necessidade do afastamento (do governador)”, afirmou. A ministra considerou a disciplina de Cameli diante das orientações dela e do STJ no caso Ptolomeu, não havendo qualquer influência ou interferência do governador no andamento da investigação.
O voto da relatora deve ser acatado pelos demais ministros na sessão que prosseguirá por algumas horas.
Andrigh fez um preâmbulo da denúncia formulada pelo Ministério Público, que foi aceita pelo pleno do STJ e o governador passará a responder como réu.
Em defesa oral, o advogado Pedro Ivo disse que “pela primeira vez Gladson teve voz dentro do processo. O governador jamais foi chamado a apresentar a sua versão”, disse. Esclareceu que Cameli jamais foi processado e tem vida pública incólume.
O advogado criticou o que chamou de “investigação enviesada pela PF, que teria usurpado a competência do STJ ao quebrar sigilo da família Cameli.
“Uma perseguição com menções efêmeras e ataques ao filho de 6 anos e a ex-mulher do governador. Uma intervenção branca da PF, já barrada pelo próprio STJ quando negou o afastamento de Cameli lá atrás”, afirmou.
O pedido de afastamento, diz Pedro, “morreu de causa natural”.
“Sem fato novo, de forma irresponsável, o MPF pede novamente o afastamento, com base em fundamento genérico e abstrato, que já foi refutado pela jurisprudência – algo de invejar a Santa Inquisição”, ironizou.
Por fim, ele disse que desde o pedido até hoje, 6 meses depois, nada ocorreu de novo.