O cardiologista Fábio de Rueda e seu irmão, Antônio de Rueda, presidente nacional do União Brasil, aumentaram o nível de chantagem ao governador Gladson Cameli (PP). Agora eles exigem a Secretaria de Saúde (Sesacre) como condição para abrir mão da vaga de vice, dando ao Progressistas o direito de indicar Alysson Bestene na chapa encabeçada pelo prefeito Tião Bocalom, candidato à reeleição.
Os irmãos, tidos e havidos como pistoleiros na política nacional, usam o entorno do governador para chegar ao chefe do executivo o que é explicitamente uma tentativa de usurpar o serviço público e o maior orçamento do Estado do Acre (a saúde pública). “A lingua ou o beiço”, é o que Fábio teria afirmado a dirigentes do PP com ressonância direta e imediata na Casa Civil. A trama tem aval do próprio prefeito e de seu mentor de campanha, o senador Márcio Bittar.
Fábio e Antônio teriam desistido da Secretaria de Ação Social, que tem a vice-governadora Mailza Assis como protagonista de programas e projetos que têm dado respostas positivas a famílias pobres. Pegou muito mal a investida dos Rueda para inviabilizar Mailza, virtual candidata a governadora em 2026, além de a proposta ser vista como inaceitável por, possivelmente, causar mal estar entre o governador e sua vice. O União Brasil, no entanto, mantém a Representação do Acre em Brasília, transformada em secretaria, como um dos alvos de sua cobiça.
A reportagem apurou que alguns políticos influentes que ajudam na governabilidade não aceitam que a Sesacre passe às mãos dos irmãos Rueda, que são naturais do Estado do Pernambuco e quase nada contribuem para o progresso do Acre.
Ceder ás pressões nesse nível de descaramento por parte do UB é um risco enorme à credibilidade do governador. Ele terá o seu tempo para se decidir, e esperamos que o bom senso prevaleça, afinal a Saúde, entendemos, não pode ser tratada como balcão de negócios, sendo repassa às mãos de pessoas que nada fizeram para melhorar a qualidade de vidas pessoas. Gladson foi um monstro na pandemia, está sendo cirúrgico no combate á dengue e tem a gratidão dos servidores públicos. Ele não é doido para aceitar isso”, opinou reservadamente um parlamentar.