Em qualquer concurso de pistolagem política na história do Acre, Márcio Bittar venceria seus adversários com larga margem.
Pra emplacar suas narrativas e atingir seus objetivos e seus adversários, ele é capaz de renegar a própria biografia e reivindicar pra si direitos que imagina que só ele tem – mesmo tendo sido instruído, numa busca pessoal, na Rússia, pra estudar Marx e Lênin – doutrina oficial do primeiro e maior Estado socialista do século XX, a União Soviética.
Abaixo, parte de um dossiê com a biografia esquerdista de Márcio.
E, ao lado, registro do SNI – órgão de espionagem da Ditadura Militar -, quando Márcio era ativista de rua, e a família mirou o nicho eleitoral grandioso da época, o município de Sena Madureira, de onde o hoje senador diz ser natural, tendo como desbravador o seu meio-irmão, Edson Siqueira, hoje líder do partido ao qual Bittar é filiado. A história é contada assim:
Márcio encampou, com bandeiras em punho e gritos de ordem, a luta pelas “Diretas, Já”, movimento político de cunho popular que teve como objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo de presidente da República no Brasil. A reportagem obteve imagens associados ao hoje senador, em concentrações registradas pelo SNI – órgão de espionagem da ditadura militar – e registros, em documentos, da atuação efusiva do então filho de pecuarista campograndense. Uma batalha de rua em período marcante da história, quando havia apenas quatro partidos na oposição (PMDB, PT, PDT e PTB).
E, em um passado recente, dirigiu por mais de uma década o PPS – Partido Popular Socialista – que antes era nada mais nada menos que o PCB – Partido Comunista do Brasil, também conhecido por PCBão.
Era um tempo em que Bittar, fervoroso ativista dos direitos estudantis, em especial no Mato Grosso do Sul, comia, bebia e dormia na casa de Roberto Freire, um dos ícones da esquerda no Brasil. Lembre-se, ainda: em 2013, apoiou a pré-candidatura à Presidência da República de Eduardo Campos , dirigente máximo do Partido Socialista Brasileiro e ex-governador de Pernambuco, no que ficou conhecido “O reencontro histórico do PPS e PSB, novas luzes sobre o passado, com o objetivo de compreender o presente e iluminar o futuro”.
Bittar não se capitalizou no ambiente de esquerda. Perdeu espaços sem convencer os demais ativistas de que ele deveria ascender politicamente como suposto representante de minorias em alguma casa legislativa. Se tornou tudo que seus ensinamentos mais condenam: o capitalismo em sua essência mais nefasta e a defesa intransigente de ideologias ruralistas.
Márcio é o tipo político de carreira, descaradamente incorrigível. Hoje se declara convertido ao Liberalismo e consequentemente à ideologia de direita. Mesmo ante à frontal e inegável inversão ideológica, o eleitorado acreano concedeu generosos e relevantes mandatos eletivos ao “ex-comunista”, os quais têm usado como ferramenta para construir um patrimônio tão gigantesco que foi necessário criar uma Holding Patrimonial pra administrá-lo.
Mas as contradições não param por aí. Bittar se diz defensor da família, mas recentemente pôs fim ao conturbado casamento de mais de 30 anos e na sequente vida de solteiro passou a protagonizar vexames públicos, dentre eles, por fotos semi-despido em provador de roupas vazadas nas redes sociais por acompanhante de luxo na Capital Federal. Em alguns encontros públicos com a ex-mulher a quem queria eleger Senadora, protagonizaram inúmeros outros vexames, inclusive no plenário da Câmara dos Vereadores.
A bela Miss Karina Souza, a razão dos pitis de Márcia e a paixão de momento do senador Márcio Bittar
As sandices e maldades potencializadas pelo desespero de um político em melancólico fim de carreira, levam o decadente Bittar a tentar a todo custo emplacar ao engenheiro Marcus Alexandre a pecha de candidato de esquerda. Antes de proferir seus ataques e encorajar milicianos s eus a fazê-lo nas redes sociais, não devia o senador olhar para si e enxergar o pêndulo ideológico de ter migrado da esquerda para a centro-direita?
O egocêntrico, vaidoso e lunático Bittar, na ânsia de atingir Marcus Alexandre, líder em todas as pesquisas já realizadas, esquece fatos incontestáveis:
1. Que ele (Bittar)é integrante do União Brasil, partido que vota majoritariamente com o Governo Lula e onde ocupa 3 ministérios.
2. Que é ele quem detém o controle total do PL/AC, que durante décadas foi parte integrante da Frente Popular do Acre.
3. Que Marcus Alexandre está filiado ao MDB/AC, legenda que jamais fez parte da frente popular, portanto é 100% imune à pecha de candidato da esquerda.
Bittar, com suas maldades, tenta inverter os fatos para desgastar o candidato do MDB.
Para o insano e ganancioso Márcio Bittar, o direito de se converter a uma nova ideologia é exclusivamente seu.
Ele, poooooode! Marcus, não pooooooode! – esbravejaria o personagem da Escolinha do Professor Raimundo.
Nem mesmo os míseros 4 mil votos que obteve como candidato a governador puderam trazer uma pequena dose de semancol a esse pistoleiro da política acreana, figura mais tóxica no nosso meio e companhia que o prefeito Tião Bocalom merece e precisa pra perder a próxima eleição de forma ainda mais vergonhosa.
O que diz ele
Bittar nem pensava seguir carreira quando arguiu estar decepcionado com o comunismo. Era 1985 quando voltou da URSS, em 1985, segundo ele abandonando a militância estudantil de esquerda para trabalhar “na roça” junto de seu pai, Mamede Bittar, “um pecuarista que nunca havia feito política na vida”, contou ele a jornalistas do Senado federal. Veja trechos abaixo:
“Meu destino era voltar a viver com meu pai. Comecei a deixar minha experiência comunista e voltei a trabalhar com ele”, conta. “Não é uma mudança fácil, você fica impregnado com muitas ideias. Só depois de muitos anos você percebe que aquilo ali é esquerda”, disse. Algum tempo depois, a verve política voltou. Como já era filiado ao MDB, que abrigava quadros do PCB durante a clandestinidade, Bittar candidatou-se, em 1994, e se elegeu como deputado estadual pelo Acre. Em seguida, ganhou a eleição para deputado federal, em 1998, quando trocou o MDB pelo PPS (atual Cidadania).
A partir daí, começou a colecionar disputas e, principalmente, derrotas contra o PT no Estado. Primeiro perdeu para Marina Silva, então candidata petista à reeleição no Senado, em 2002. Na sequência, caiu diante do partido em 2004, quando tentava a Prefeitura de Rio Branco, e em 2006, época em que tentou o governo do Estado. Em 2010, Márcio Bittar voltou a tentar o cargo de deputado federal, desta vez pelo PSDB, e obteve votação expressiva.
“Eu me descobri um conservador clássico sem saber que era”, explicou.
“Fui desenvolvendo até poder dizer que sou um convicto liberal na economia e um conservador nos valores.”