O pastor bolsonarista Silas Malafaia se revoltou com a aprovação do projeto de lei que legaliza cassino, bingo, jogo do bicho e corrida de cavalo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. Ele, que havia feito campanha nas redes e articulado a rejeição do texto com parlamentares nas últimas semanas, tem reclamado de traição. O senador pelo Acre, Márcio Bittar, é um dos citados pelo pastor. Ele diz ter testemunhado telefonema de Bittar com Bolsonaro, no viva voz, em que o parlamentar deu garantias de que não aprovaria a matéria.
O projeto foi aprovado por 14 votos a 12 e será debatido agora no plenário do Senado. Cinco parlamentares do PL votaram contra a legalização, mas três senadores – Macias de Jesus (republicanos-RR), Marcio Bittar (União-C) e Eliziane Gama (PSD-MA) – prometeram votar contra o texto e não compareceram à sessão, segundo Malafaia.
“Estou falando de três. Por dois votos a jogatina passou na CCJ. Para ver o nível que temos de alguns senadores, que não têm palavra. A comunidade evangélica e católica nesses estados vai ficar sabendo disso”, afirmou o pastor à coluna de Letícia Casado no UOL. Ele ainda avalia que o placar poderia chegar a 20 a 7 se não tivesse feito “pressão”.
Para o bolsonarista, os jogos autorizados pela medida serão utilizados por criminosos na lavagem de dinheiro obtido por meio de esquemas de corrupção e pelo narcotráfico. “Como abrir um bingo em região dominada pelo narcotráfico? São eles que vão abrir, agora de maneira oficial. Vão dizer: ‘valeu’”, afirmou.