A Associação dos Docentes da Ufac se achou no direito de desmentir notícia de que o escândalo sexual no Colégio de Aplicação está impune, por omissão da administração superior da universidade. A informação repassada por colaboradores da própria Adufac versava sobre a exposição do assunto numa assembléia convocada para a última terça-feira, que de fato ocorreu.
Após a informação viralizar, a reitora Guida Aquino repudiou a manchete de oseringal, acusando a imprensa e a própria associação de docentes por um suposto atentado “combinado” contra a instituição, insinuando estratégia de chantagem e constrangimento a fim de obter ganhos na negociação pelo fim da greve.
Pois bem.
A Adufac, de pronto, de forma covarde, emitiu “nota de esclarecimento” negando ter sido a fonte da informação sobre a cobrança por soluções ante o escândalo sexual que fez várias alunas, todas menores, e tem como vilões alguns professores acusados por importunação e assédio sexual. Também negou ter informado á Editoria do Jornal sobre sua prontidão para exigir explicações a cerca do gasto de R$ 1 milhão com passagens e diárias pela reitora, pró-reitores e servidores graduados.
Na nota, para surpresa geral, a associação desmente ter sido o vetor da informação, e culpa o site noticioso por ter plantado a notícia, chegando a prestar solidariedade a quem vem atacando desde os primeiros dias de greve: a própria reitora, alvo de denúncias por supostamente descumprir acordos selados e rejeitar propostas que melhorariam a vida funcional e financeira dos grevistas.
Oseringal repudia a atitude da Adufac, que valeu-se das garantias dadas por oseringal (instituto da preservação da fonte, garantidos na Lei de Imprensa), preceito respeitado por este sítio. Obviamente, está claro o intento de alcançar seus objetivos: pressionar a Ufac e obter garantias reais para a volta ás aulas – mesmo que as pautas escandalosas (assédio contra menores e gastos absurdos com diárias e passagens) tenham, agora, lançado no esquecimento.
Os docentes da Ufac apreciaram a pauta “Aprovação dos princípios norteadores para uma retomada das atividades docentes e apreciação sobre o encerramento da greve docente na Ufac”. E deliberou, à unanimidade, pela suspensão da greve a partir de hoje, com retomada das atividades no próximo dia 08, segunda-feira.
A data para retorno das aulas, no entanto, dependerá de aprovação de calendário acadêmico pelo Conselho Universitário.
A lição que fica: em política, a ingratidão é artigo de luxo. E por questões éticas, que julgamos estarem acima de qualquer traição, não nomearemos a fonte que empoderou o Comando de Greve e, traiçoeiramente, aproveitou-se do poder da mídia para isso.