Jenilson Leite tenta se desvencilhar de suas orígens ao abrir a sua campanha a prefeito de Rio Branco do modo mais amador, rasteiro e contraditório: horas depois de se lançar candidato, se achou no direito de questionar, publicamente, por quais motivos o ex-governador Jorge Viana (PT) não aparece na pré-campanha do engenheiro Marcus Alexandre (MDB).
Promissor quadro político, médico competente, até então correto enquanto figura pública, o ex-vice-presidente da Aleac, egresso de Cuba e há pouco militante fervoroso do PCdoB, esqueceu de pedir ao Google pra remover os registros em que ele aparece empoderando a Frente Popular do Acre, ladeado de Jorge Viana, Perpétua Almeida, Edvaldo Magalhães e outros que compuseram, há pouco mais de 1 ano, a chamada federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV).
Jenilson foi eleito deputado pelo partido comunista e com votos de médicos formados no exterior, como ele, após liderar um embate em nome destas famílias, contra o MEC e burocracias diplomáticas, pela revalidação dos diplomas. Obteve apoio incondicional da então presidente Dilma Roussef e do então governador acreano Binho Marques, que fez mandato temático pela melhoria da Educação. As conquistas, no entanto, somente importaram naquele momento.
A composição com petistas no Acre, aliás, não seria possível sem a interlocução do presidente da sua legenda, o pecuarista César Messias, por duas vezes vice-governador nas gestões do PT no Acre.
Jenilson carrega sobre os ombros a fortíssima suspeita de ter sido cooptado pelo grupo que apóia o prefeito Tião Bocalom, candidato à reeleição, com objetivo de enfraquecer a campanha de Marcus Alexandre, notadamente líder em todas as pesquisas contra um gestor municipal que patina em alta rejeição e é reprovado por praticamente todos os segmentos sociais – do setor produtivo às comunidades que habitam vias públicas nas periferias da capital.
Grupo esse que tenta passar atestado de otário ao eleitor utilizando-se de narrativas infundadas, segundo as quais somente eles teriam o direito de rever seus conceitos, assumir ideologias políticas diversas e migrar para outras agremiações.
Por alguns meses, o ex-deputado esteve aliado do candidato do MDB, foi inclusive sondado para ser vice, participou de reuniões com outros partidos da aliança, mas desconstruiu esse apoio unilateralmente.