Edgardina Matos, presidente do União Brasil em Sena Madureira, não daria legenda ao deputado Gilbert Lira, a aposta do prefeito Mazinho Serafim para bater o arquirrival deputado federal Gerlen Diniz. E, por esta razão, pode ser afastada de suas funções e todo o diretório dissolvido por ordem superior.
A dirigente do UB em Sena é esposa do ex-prefeito da cidade, Jairo Cassiano, principal assessor-aliado do senador Alan Rick, com quem Mazinho trava violentos embates. O prefeito acusou o senador de “não fazer nada pela cidade”, e o senador tem dito que o prefeito “falta com a verdade”. Os dois são inimigos políticos após sentarem á mesma mesa como aliados (como se vê na foto de capa).
A costura pró-Lira é feita pelo senador Márcio Bittar, que usa o prestígio do suplente de deputado Fábio de Rueda, irmão do presidente nacional do UB, Antônio de Rueda, para neutralizar o grupo de Alan Rick.
Alan, mesmo sendo presidente da Executiva estadual, estaria de mãos atadas se uma determinação vier de Brasília para garantir a candidatura do deputado.
Esta segunda-feira foi determinante na questão. A mulher do prefeito, Meire Serafim, que é deputada federal no mesmo partido, deve entrar em cena para convencer o presidente nacional do UB, Antônio de Rueda, a avalizar a candidatura de Lira. Uma negativa pode resultar na destituição de Edgardina.
O senador Alan Rick, que já declarou apoio da Gerlen Diniz (PP), líder nas pesquisas, poderia até reagir em contrário. Porém, o colegiado nacional tem soberania para mudar o cenário. E os argumentos que devem ser usados são suficientes por si, de acordo com o estatuto da sigla: Lira é deputado investido no mandato, tem densidade eleitoral maior que o vereador Alípio Gomes e entraria na disputa com ganhos substanciais junto ao eleitorado local.
Bittar e Mazinho entendem que somente Gilberto Lira poderia evitar que Gerlen seja eleito prefeito de Sena Madureira.
Seria uma nova derrota de Alan na briga interna com os Rueda, que o surpreenderam quando declararam apoio ao prefeito Tião Bocalom, em Rio Branco, em palco montado sem o conhecimento do senador acreano.