A fiscal do IBAMA no Acre Rosana Oliveira nao conseguiu conter as lágrimas ao relatar as condições de trabalho de uma colega portadora de necessidades especiais. Segundo a funcionário pública federal, o órgão não oferece acessibilidade para cadeirantes e os equipamentos não são adequados para a amiga, que tem pouca visão, exercer suas funções e a jornada de trabalho ainda é exaustiva.
“É desumano as condições de trabalho que o IBAMA, um órgão federal de renome internacional, submete à nossa colega de trabalho’, disse.
A denúncia é apenas uma das dezenas que constam em um relatório elaborado pelos próprios servidores do IBAMA e ICMBIO entregues ao superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego no Acre, Leonardo Leni, na manhã de segunda -feira.
As denúncias incluem atraso no pagamento de diárias, jornada dupla de trabalho dos fiscais em campo, falta de equipamentos para exercício da função, prédios sucateados sem condições funcionais, falta de banheiros com divisão masculino e feminino e ausência de rampa para cadeirantes nas instalações do órgão.
A sindicalista Renata Graff chegou a comparar o trabalho dos servidores do IBAMA e ICMBIOS no Acre análogo a trabalho escravo ao ler o documento de quatro páginas para o representante do órgão fiscalizador das condições trabalhista no Brasil tomar conhecimento dos fatos.
“O estado brasileiro, através de seus órgãos de fiscalizações das relações patrão empregado, não pode ser omisso com a situação que o IBAMA e ICMBIO estão submetendo a seus funcionários no dia a dia do exercício de nossas funções”, disse.
Leonardo Leni garantiu que parte das denúncias que compete ao órgão será investigada.
Ele disse ainda que o relatório será enviado para Brasília para maiores providências
Os servidores do IBAMA e ICMBIOS estão em greve há mais de um mês em todo o território brasileiro. Nesta semana o governo federal determinou o corte do ponto de todos os faltosos ao trabalho.